segunda-feira, 9 de julho de 2007

Os elefantes brancos da Copa América




Sem tradição no futebol, Venezuela pensa no que fazer com seus novos estádios



Puerto La Cruz já tem seu estádio, só falta agora formar um time de futebol






Adilson Barros e Márcio Iannacca










Enviados especiais do GLOBOESPORTE.COM em Puerto La Cruz, Venezuela










A Copa América está chegando ao fim e uma questão se impõe. O que será dos modernos estádios que abrigaram os jogos das principais seleções do continente? O futebol na Venezuela é apenas o terceiro esporte - perde para beisebol e basquete. Ainda assim, o país gastou US$ 513,9 milhões apenas para construir ou remodelar os nove estádios utilizados na competição.









Puerto La Cruz, por exemplo, cidade que serviu de base para a seleção brasileira, não tem sequer um time de futebol. Mas hoje conta com o bom estádio para 38 mil pessoas.









- Isso vai ficar para o povo - declara o governador do estado Anzoátegui, William Tarek Saab, sem explicar muito bem o que o povo fará com o lugar.









A promessa pelo menos está sendo mantida. No último domingo, várias pessoas entraram no gramado para tirar fotos e conhecer o local, que tem tudo para se transformar num enorme elefante branco.









O estádio de Maturín, onde o Brasil venceu o Chile na primeira fase, é ainda mais imponente. Tem lugar para 52 mil pessoas muito bem acomodadas. O problema é que, assim como La Cruz, a cidade não tem um time de destaque. O Monagas disputa a segunda divisão do campeonato venezuelano. Para não ficar parado, o estádio deverá abrigar show de música. Os promotores locais planejam contratar a cantora colombiana Shakira para tentar lotar o estádio ao menos mais uma vez.







GLOBOESPORTE.COM

Erguido para a Copa América, Estádio de Maturín pode receber até 52 mil pessoas









Mesma situação de Puerto Ordaz. O estádio Cachamay é o mais bonito da Copa América. Custou US$ 74 milhões para ser todo remodelado. Tem capacidade para 41.600 pessoas sentadas, ampla sala de imprensa, creche, shopping, mas futebol que é bom... Puerto Ordaz não tem um time de futebol. Existe um plano para adaptar o estádio para partidas de beisebol.







As duas únicas cidades com alguma tradição futebolística na Venezuela são Maracaibo, local da final da Copa América, e San Cristóbal, lar do Deportivo Táchira, principal time venezuelano que tem até participado de fases preliminares da Taça Libertadores. Caracas também tem um time razoável, o Caracas, que chegou às oitavas de final da competição continental, mas a equipe não consegue mobilizar a cidade, muito mais ligada ao beisebol.





Confira quanto foi investido em cada sede da Copa América







Estádio







Cidade







Capacidade







Investimento







Estádio Agustin Tovar (remodelado)







Barinas







27, 5







US$ 60, 4 milhões







Estádio Metropolitano (estádio novo)







Barquisimeto







38 mil







US$ 74,4 milhões







Estádio Olímpico de Caracas (remodelado)







Caracas







30 mil







US$ 16 milhões







Estádio Polideportivo Cachamay (remodelado)







Puerto Ordaz







41, 6 mil







US$ 74, 4 milhões









Estádio José Pachencho Romero (remodelado)







Maracaibo







40 mil







US$ 14, 1 milhões







Estádio Monumental de Maturín (estádio novo)







Maturín







52 mil







US$ 69,7 milhões









Estádio Metropolitano (estádio novo)







Mérida







42 mil







US$ 107 milhões







Estádio General José Antonio Anzoátegui (reconstruído)







Puerto La Cruz







38 mil







US$ 60, 4 milhões







Estádio Polideportivo Pueblo Nuevo (remodelado)







San Cristóbal







40 mil







US$ 33,5 milhões

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