Investigação da própria Petrobras mostra que a máfia dos estaleiros, revelada nesta semana pela Operação Águas Profundas da Polícia Federal, atuava há pelo menos quatro anos dentro da estatal. Auditoria da empresa indica vazamento de informações na licitação feita em 2003 para estadia e apoio da plataforma P-22.
Apesar de apresentar preços superiores para vários itens, a Angraporto Offshore, empresa acusada de ser pivô da máfia, derrotou a concorrente Renave. De acordo com documento da auditoria interna anexado à denúncia apresentada à Justiça, mesmo sem evidência material é possível ?inferir? que houve vazamento sobre o local dos serviços - informação decisiva para a vitória da Angraporto.
Para ?aluguel de área do estaleiro para atracação de plataforma?, a companhia sob suspeita pediu R$ 3.518.622,69, mas a empresa concorrente fez proposta de R$ 10.950.000. ?Tomando-se os elementos do referido quadro para análise, observa-se que, excluindo-se o item de maior peso, aluguel de área do estaleiro para atracação de plataforma, a proposta mais econômica passaria a ser da Renave, R$ 1.653.261,00, menor inclusive que o valor orçado pela Petrobras sem o item, R$ 2.370.751,24?, diz o texto.
Para os procuradores, os donos da Angraporto - Fernando Sterea, Mauro Zamprogno, Wladimir Gomes e Simon Clayton - chegaram a preço menor que a Renave, ?pois já sabiam da mudança de escopo quanto ao local de atracação da plataforma, mais tarde incorporada pelo Aditivo 1, que seria firmado um dia após a assinatura do contrato original, o que gerou não só a desvinculação do objeto indicado no edital, como a própria alteração do objeto contratual?. Pelo aditivo, ?a plataforma não mais ficaria ancorada no cais, mas sim em áreas abrigadas, vale dizer, na Baía de Angra dos Reis, bem público cuja utilização não ensejaria o pagamento de aluguel.? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário