MADRI - O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) anunciou neste domingo sua vitória nas eleições gerais na Espanha, segundo pesquisas de boca-de-urna, conquistando maioria parlamentar. A vitória do partido do atual presidente do atual governo espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, já era esperada, apesar da disputa acirrada com o líder da oposição conservadora, José Mariano Rajoy. Já a participação dos eleitores surpreendeu, ficando quase igual à registrada em 2004. Segundo o último dado oficial da Secretaria de Comunicação do país, até às 18h da tarde (14 h no Brasil), duas horas antes do fechamento das urnas, 61%,05 do dos eleitores já haviam votado. Em 2004, a taxa de participação nesta mesma hora estava em 63,02%, o que representa uma diferença de menos de dois pontos percentuais.
Naquele ano, os espanhóis compareceram às urnas três dias após a polêmica provocada pelo maior atentado terrorista da história do país. A ação de um grupo ligado à al-Qaeda foi inicialmente atribuída pelo governo do PP ao grupo separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade). Desta vez, os mais de 30 milhões de eleitores espanhóis votaram neste domingo sob impacto do assassinato de um político basco, do PSOE, na sexta-feira, morto por um pistoleiro contratado pelo ETA.
" A democracia é fortalecida se todos os cidadãos comparecem à votação "
- A democracia é fortalecida se todos os cidadãos comparecem à votação - disse Zapatero ao votar, sob aplausos, pedindo aos eleitores para ensinarem ao ETA um lição, por meio do voto.
Analistas esperavam que, desta vez, a ação do ETA garantiria que o comparecimento às urnas fosse tão alto quanto no pleito anterior, mas não acreditavam que a morte do ex-vereador basco Isaías Carrasco alteraria o resultado das eleições. A filha de Carrasco pediu, no sábado, durante o velório do político, que a população comparecesse às urnas em massa para votar contra o ETA em homenagem a seu pai.
Pesquisas recentes, já apontavam a vitória do PSOE de Zapatero. Um grande comparecimento - de 75% ou mais - provavelmente beneficiaria a esquerda, cujos eleitores são mais suscetíveis à apatia política.
Depois de assumir, Zapatero lançou ações de repressão contra os separatistas bascos, mas o PP - fundado por simpatizantes do ex-ditador Francisco Franco - já acusou o atual presidente do governo de ter sido leniente demais com o grupo. Durante a campanha, os dois candidatos afirmaram que não admitem negociar com os separatistas.
A grande divisão política no país sobre o separatismo basco foi um dos temas mais discutidos da campanha, que foi marcada por dois debates acalorados, transmitidos por mais de 30 emissoras de TV. Os principais temas foram terrorismo, economia e imigração - um dos problemas mais discutidos no país, que ganhou destaque esta semana no Brasil após a detenção, de um grupo de 30 brasileiros no aeroporto de Madri.
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/03/09/socialistas_
venceram_eleicoes_na_espanha_diz_tv-426152080.asp
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