Nova presidente pressiona Uribe

Cristina apela a líder colombiano por negociação com Farc

A nova presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, pediu ontem a libertação da ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, seqüestrada desde 2002 pela guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Cristina reforçou a pressão internacional sobre o presidente colombiano, Álvaro Uribe, ao fazer um apelo no meio de seu discurso de posse: "Peço a Deus que ilumine o presidente da Colômbia para que possa conseguir uma solução."

Segundo Cristina, é preciso que Uribe alcance uma solução "de acordo com os direitos humanos internacionais". A nova presidente afirmou que não pretendia entrar "em questões de outro país, mas isso requer que coloquemos todos os esforços possíveis para que não seja demasiado tarde". Cristina citou a presença na cerimônia de posse de Yolanda Pulecio, mãe de Ingrid. Horas antes, Néstor Kirchner disse, no discurso de despedida durante o banquete para representantes estrangeiros: "Aqui está a mãe de Ingrid, uma mãe que está sofrendo muito pelo seqüestro de sua filha."

A capital argentina foi cenário de intensas deliberações sobre como conseguir a libertação de Ingrid. O caso da ex-candidata mobilizou as autoridades de Argentina, Brasil, Venezuela, França - e a própria Colômbia - horas antes da posse de Cristina. O caso ganhou destaque nas últimas semanas. Primeiro, pela retirada de Hugo Chávez do cargo de mediador, pois Uribe não quis mais que o presidente venezuelano participasse das negociações para obter a libertação de Ingrid e outros 44 reféns políticos das Farc.

Depois, o surgimento de um vídeo com imagens recentes de Ingrid, com aspecto doentio e depressivo, aumentaram a especulações sobre o risco de morte da ex-candidata. Dias mais tarde, o próprio presidente da França, Nicolas Sarkozy, se engajou na batalha pela libertação de Ingrid, que também tem cidadania francesa.

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