sábado, 15 de dezembro de 2007

Cesta básica tem alta de 5,4% em novembro e de 17% no ano

Valor de R$ 251,74 no mês é o maior desde o Plano Real; alimentos puxam elevação




Francisco Carlos de Assis




A alta dos preços dos alimentos já apontada pelos demais indicadores de inflação de novembro foi captada também pela cesta básica, indicador pesquisado pela Fundação Procon de São Paulo. A cesta sofreu reajuste médio de 5,37% no mês passado, com o preço saltando de R$ 238,91 em 31 de outubro para R$ 251,74 em 30 de novembro.



Segundo a série histórica da pesquisa, é o maior valor conferido à cesta básica desde o Plano Real. A variação no ano é de 16,93% e, nos últimos 12 meses, de 17,80%. O grupo alimentação, com reajuste de 6,74% no mês, foi o que mais contribuiu para esse aumento. O grupo higiene pessoal fechou o mês passado 0,29% mais caro e o de limpeza teve queda de 0,77%.



Os produtos que sofreram os maiores reajustes em seus preços foram feijão carioquinha (34,66%), carne de primeira (14,18%), açúcar refinado em pacote de cinco quilos (12,77%), cebola (12,40% por quilo) e carne de segunda sem osso (12,05% o quilo). Dos 31 produtos pesquisados na variação mensal, 19 apresentaram alta, 9 diminuíram de preço e 3 permaneceram estáveis.



A variação do feijão carioquinha no mês de novembro foi a maior nos últimos sete anos. No ano, o preço do feijão, um dos principais vilões da inflação no último mês, já subiu 98,82% ao longo deste ano. A carne de primeira apresentou a maior variação mensal positiva desde agosto de 2002, quando registrou alta de 14,42% em relação ao mês anterior.



A carne de segunda teve a maior alta mensal desde agosto de 2006, quando o aumento foi de 13,57% em relação ao mês anterior. No ano, os aumentos foram de 25,48% e de 31,38%.



O preço do açúcar refinado apresentou, segundo a pesquisa, significativa alta, após ter registrado queda em outubro. Foi a maior variação mensal positiva de preço desde janeiro de 2006, quando houve alta de 15,37%.



Iniciado o período de entressafra da cana-de-açúcar, os preços do álcool e do açúcar já começaram a subir nas usinas. No Centro-Sul, a safra começa em abril e termina no início de dezembro, provocando a chamada escassez sazonal. A alta é considerada normal nessa época do ano e só é revertida com o início da colheita, em maio.


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