da Folha Online
O ministro das telecomunicações libanês, Marwan Hamadeh, acusou "o eixo Síria-Irã" pelo atentado a bomba que matou cinco pessoas em Beirute, entre elas o general libanês François el Hajj, que era cotado para assumir o comando das Forças Armadas do país.
Hamadeh afirmou que o Exército é "o único corpo capaz de contrabalançar o poder do Hizbollah [grupo xiita libanês apoiado pela Síria] e outras milícias" no país.
Esse é o oitavo ataque contra políticos com posições contrárias à Síria. Damasco, porém negou ter tido qualquer participação.
O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid al-Moualem, condenou o atentado "Nós condenamos qualquer ação que ameace o Líbano", disse.
Nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado, que ainda deixou ao menos sete feridos perto do palácio presidencial, no bairro cristão de Baabda.
O Hizbollah também posicionou-se no sentido de condenar o ataque e afirmou que a morte de Hajj é uma grande "perda para o país". O grupo ainda exaltou os militares pelo seu papel na "preservação da segurança".
Hajj viajava em um veículo dirigido por seu motorista no momento do ataque. A rede de TV LBC informou que os dois oficiais do Exército que estavam com ele morreram na explosão --o veículo militar ficou completamente destruído.
Ainda não está claro se a bomba foi colocada no carro ou ativada por controle remoto.
O corpo de Hajj foi encontrado a 150 metros do local da explosão. Ele é a nona personalidade libanesa morta desde o assassinato do ex-premiê Rafik al Hariri, em 2005.
O general era um dos colaboradores mais próximos do comandante das Forças Armadas, Michel Sleimane, considerado favorito para ocupar a presidência libanesa. Um ex-comandante do Exército, citado pela LBC, definiu Hajj como um dos oficiais mais importantes das forças armadas.
O ataque acontece em um momento de grande tensão política no país. A Presidência do Líbano está vaga desde o dia 23 de novembro, quando o então presidente, Emile Lahoud, encerrou seu mandato. Desde então, a maioria anti-síria governamental e a oposição, apoiada por Síria e Irã não entraram em um acordo sobre sua sucessão.
Casa Branca
A Casa Branca também condenou nesta quarta-feira o atentado contra Hajj.
"Este é um momento crucial, quando o Líbano deve escolher um novo presidente", disse Gordon Johndroe, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
"Nós condenamos veementemente este assassinato. O Líbano procura, neste momento importante, manter um governo eleito democraticamente e eleger um novo presidente".
Segundo ele, o presidente americano, George W. Bush, continuará ao lado do povo libanês em seu esforço para conter aqueles que tentam 'minar a segurança e a liberdade' no país.
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