da Folha Online
A ex-primeira ministra do Paquistão Benazir Bhutto deixou neste sábado a prisão domiciliar a que foi submetida ontem e aderiu a um protesto de jornalistas contra o estado de emergência, depois que o governo pôs fim à ordem de confinamento.
A líder do PP (Partido do Povo do Paquistão) saiu hoje pela primeira vez de casa desde a suspensão da ordem de detenção, para ir a um encontro com os líderes de sua formação, segundo o canal privado 'Dawn'.
"Vim para expressar a vocês a minha solidariedade. Reprovo as restrições [aos meios de comunicação]", disse Bhutto aos cerca de 200 manifestantes.
Desde a instauração no sábado passado do regime de estado de emergência pelo ditador Pervez Musharraf, uma série de restrições foram impostas aos meios de comunicação, especialmente a mídia impressa e a televisão.
O estado de emergência permite que autoridades prendam pessoas sem a necessidade de ordens judiciais, limitem o movimento de pessoas ou veículos, confisquem armas e fechem espaços públicos.
Ontem, a polícia impediu que a ex-premiê, líder do principal partido de oposição do país, saísse de sua casa e cercou a capital e a cidade próxima de Rawalpindi para evitar uma manifestação contra o ditador Pervez Musharraf.
Organização
Antes da saída de Bhutto, o porta-voz do PPP, Farhatullah Babar, disse que a reunião do partido também contará com a presença de líderes da sociedade civil e insistiu em manter a 'grande manifestação' convocada contra o presidente paquistanês para 13 de novembro.
Musharraf está reunido com a cúpula militar do regime em Rawalpindi, cidade próxima a Islamabad.
O encontro tem como objetivo analisar a ameaça islâmica no vale de Swat e na fronteira afegã-paquistanesa, onde os ataques contra as forças de segurança paquistaneses são constantes.
Enquanto isso, os protestos de advogados e jornalistas continuam esta manhã em vários pontos do país.
Também foi mobilizado um forte esquema policial em várias zonas da província do Baluchistão, onde os advogados colocaram bandeiras pretas para protestar contra o estado de emergência imposto pelo regime.
Do Site:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u344455.shtml
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