Em mais um passo rumo ao isolamento da Faixa de Gaza controlada pelo grupo fundamentalista Hamas, o governo egípcio anunciou hoje que vai transferir sua embaixada de Gaza para Ramallah, na Cisjordânia. O Cairo já havia chamado de volta sua delegação que tentava mediar o conflito entre o Hamas e a facção secular Fatah e declarado ser contra o estabelecimento de um governo separado na Faixa de Gaza.
Fundado em 1987, o Hamas foi inspirado na Irmandade Muçulmana, o mais tradicional grupo fundamentalista do Oriente Médio, e está engajado numa violenta oposição ao governo autoritário do presidente Hosni Mubarak - uma ditadura disfarçada, apoiada pelo Ocidente. Uma base territorial do movimento islâmico na Faixa de Gaza, que faz fronteira com o Egito e até 1967 estava sob sua administração, assusta o governo no Cairo.
Apesar do comunicado oficial divulgado pelas agências de notícias, o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, negou que o Egito estivesse transferindo sua embaixada de Gaza, instalada há 15 anos, antes mesmo de a Autoridade Palestina estabelecer-se na cidade, em 1994. Abu Zuhri também negou que o Egito tenha cortado todas as ligações com o Hamas. Segundo ele, o chefe do serviço de inteligência egípcio, general Omar Suleiman, continua em contato com Khaled Mashaal, líder do Hamas baseado em Damasco.
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