SÃO PAULO (Reuters) - Estudantes e funcionários deixaram a reitoria da Universidade de São Paulo no fim da tarde desta sexta-feira, após 50 dias de ocupação e um acordo feito na véspera com a reitora Suely Vilela, que prometeu que não haverá punições.
Na quinta-feira, Vilela fez uma proposta que atendia a reivindicações do grupo de estudantes, mas condicionava seu cumprimento à desocupação da reitoria até o fim tarde desta sexta.
Além da não punição a alunos, professores e servidores grevistas, a reitora prometeu transporte e alimentação no campus no final de semana, ampliação das moradias e reforma de prédios da universidade. Mas, ainda assim, ela disse que uma perícia será feita para levantar possíveis danos ou furtos ao patrimônio.
A ocupação teve início em 3 de maio devido a decretos do governador paulista, José Serra (PSDB), que, segundo críticos, feriam a autonomia das universidades estaduais.
Durante os últimos 50 dias, os estudantes realizaram diversas atividades na reitoria, de palestras a festa junina.
Duas manifestações chegaram a provocar confrontos com a polícia, incluindo uma na quinta-feira, no portão de acesso à universidade. Houve choque quando cerca de 300 pessoas protestavam pela ação da PM no campus da Unesp em Araraquara para acabar com uma das diversas ocupações que pipocaram pelo país seguindo o exemplo do movimento da USP.
No dia 31 de maio, uma passeata com aproximadamente 3 mil manifestantes foi impedida de chegar até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, um dia depois de Serra editar um ato declaratório que reformulava os polêmicos decretos que levaram à invasão da reitoria.
Desde 16 de maio, a pedido de Vilela, a Justiça havia emitido um mandado de reintegração de posse da reitoria. Com a ação da PM em Araraquara, havia temores sobre uma possível chegada das tropas à USP.
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