sexta-feira, 15 de junho de 2007

Conselho de Ética decide futuro de Renan



Integrantes votarão relatório que pede arquivamento de processo.Após reportagem do Jornal Nacional, placar fica indefinido.









Leandro Colon









Do G1, em Brasília









O Conselho de Ética do Senado decide nesta sexta-feira (15) o futuro do processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de receber ajuda de um lobista para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de três anos.









A expectativa até a noite de quinta (14) era pela aprovação do relatório do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) que pede o arquivamento do processo.









Nas contas feitas pelos senadores, o arquivamento teria grandes chances de ser aprovado por 8 votos a 7 ou 9 a 6. A diferença estaria no voto do corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), considerado indefinido.









O décimo sexto voto seria do presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC), que só se manifesta em caso de empate.









Entretanto, após reportagem do Jornal Nacional de quinta, ninguém arrisca um placar. A reportagem mostra divergências nos recibos de rendimentos rurais apresentados por Renan para comprovar a origem do dinheiro da pensão.









Na opinião de alguns integrantes do Conselho de Ética, Renan deveria apresentar alguma defesa na reunião desta sexta. A tendência é que o clima esquente entre os senadores durante a reunião.








A assessoria de Renan nega que ele comparecerá à reunião. Informou apenas que seu advogado, Eduardo Ferrão, deve estar presente. Na quarta (13), Ferrão esteve na reunião do Conselho de Ética, quando fez a defesa de seu cliente.








A oposição já avisou que apresentará um relatório paralelo ao de Cafeteira que pede a continuidade da investigação, com convocação de testemunhas e perícia dos documentos.









E conta com os votos certos de Demóstenes Torres (DEM-GO), Marcone Perillo (PSDB-GO), Marisa Serrano (PSDB-MS), Jonas Pinheiro (DEM-MT), Maria do Carmo (DEM-SE) e Jefferson Perez (PDT-AM). Já os aliados de Renan contam com os dois votos do PT, os quatro do PMDB, o do próprio relator, Epitácio Cafeteira, e do senador Renato Casagrante (PSB-ES), contabilizando oito votos.








No entanto, a oposição torce para reverter alguns votos favoráveis a Renan após a reportagem do Jornal Nacional. A expectativa é que a sessão seja longa, com o uso demasiado da palavra pelos senadores.








Para testar a posição dos integrantes do conselho, a oposição pretende traçar a seguinte estratégia: vai apresentar, logo no começo da sessão desta sexta, um requerimento que propõe a inversão de pauta para votar primeiro o relatório paralelo que rebate o de Cafeteira.








Se os aliados de Renan rejeitarem por maioria esse requerimento, o Conselho de Ética então votará logo em seguida o relatório de Cafeteira. Segundo os senadores da oposição, a tendência é se abster nesta votação, já que a vitória de Renan estará praticamente sacramentada.

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