sábado, 26 de abril de 2008

China reitera ataques contra Dalai Lama apesar de esperança de diálogo

China reitera ataques contra Dalai Lama apesar de esperança de diálogo

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China reitera ataques contra Dalai Lama apesar de esperança de diálogo






PEQUIM (AFP) — A China reiterou neste sábado seus ataques contra o Dalai Lama, acusando o líder espiritual de desestabilizar o Tibete, um dia depois de propor o diálogo com representantes do líder tibetano no exílio.




A agência oficial chinesa Xinhua anunciou na sexta-feira que membros do governo se reunirão "nos próximos dias" com um enviado do Dalai Lama.




Neste sábado, o Dalai Lama saudou a oferta chinesa de dialogar para resolver a situação do Tibete e afirmou desejar "conversações sérias" com Pequim.




"Não recebi nenhuma informação detalhada, mas, basicamente, falar é bom", afirmou o Dalai Lama em seu retorno Dharamsala, norte da Índia, após uma visita de duas semanas aos Estados Unidos.




O líder budista tibetano disse à imprensa que deseja "conversações sérias sobre como reduzir o ressentimento tibetano" a respeito dos problemas no Tibete.




O anúncio surpreendente de sexta-feira foi bem recebido pelos Estados Unidos e pelos países ocidentais, diante da esperança de uma solução para a crise no Tibete, a menos de quatro meses para os Jogos Olímpicos, que começam em 8 de agosto.




Porém, neste sábado o Jornal do Povo, órgão oficial do Partido Comunista Chinês (PCC), esfriou os ânimos daqueles que acreditavam em uma conciliação.




"A camarilha do Dalai Lama tem usado de todos os meio possíveis para atrapalhar a estabilidade e o desenvolvimento do Tibete", assinala o periódico em um artigo com o título "Suas ações violaram seriamente os ensinamentos budistas",




O Jornal do Povo também acusa o Dalai Lama e seus seguidores de propagar o "falso rumor" de que a China oprime o budismo tibetano e de conspirar para colocar a opinião pública contra Pequim.




"O Dalai Lama, autoproclamado 'líder religioso', é realmente o líder de uma série de ações para sabotar a ordem religiosa normal do Tibete", acrescentou o jornal.




Um porta-voz do Dalai Lama disse na sexta-feira que ele havia recebido favoravelmente a oferta chinesa de diálogo.




"É um passo na boa direção, porque apenas a negociação frente a frente pode conduzir à solução do problema tibetano", disse Tenzin Taklha.




Por sua vez, na sexta-feira, o primeiro-ministro tibetano no exílio, Samdhong Ripoche, reconheceu ter mantido contato com a China.




"Mantivemos contatos com as autoridades chinesas, não apenas para expressar nossa preocupação pelas medidas de repressão, mas também para dar sugestões para resolver a crise", afirmou em um comunicado.




O governo chinês e os representantes do Dalai Lama retomaram uma frágil rodada de conversas secretas no fim de 2002, que chegou ao fim depois do último encontro conhecido, entre junho e julho de 2007.




A China foi muito pressionada internacionalmente nas últimas semanas para abrir um diálogo com o Dalai Lama desde as revoltas de março em Lhasa, capital do Tibete, que se espalharam por outras regiões chinesas habitadas por tibetanos.




Segundo o governo do Tibete no exílio, a repressão chinesa deixou pelo menos 150 mortos. A versão oficial de Pequim reconhece 20 mortos (18 civis tibetanos e dois policiais chineses) e a mídia chinesa culpa o Dalai lama de ter orquestrado os distúrbios.




Em artigo publicado no sábado pelo Tibet Daily, um dirigente tibetano da administração pró-China que governa a região afirma que a recente onda de violência era "outra mostra aterrorizante dos esquemas pró-separatistas da camarilha do Dalai Lama".



http://afp.google.com/article/ALeqM5hlfT_CsyfTDNQzYfno7HkYnRod0A




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