quinta-feira, 24 de abril de 2008

Apesar de derrota na Pensilvânia, Obama continua à frente de Hillary

Colaboração para a Folha Online



O pré-candidato democrata à Casa Branca Barack Obama continua na liderança da corrida pela nomeação, mesmo após a derrota por dez pontos percentuais sofrida para Hillary Clinton na Pensilvânia.




Embora a outra pré-candidata, Hillary, tenha conseguido 55% dos votos e conseqüentemente 81 delegados do Estado contra 45% dos votos de Obama e 69 delegados, o senador por Illinois continua o favorito para a candidatura democrata com uma margem que muitos analistas dizem ser pouco provável que Hillary supere. Segundo a CNN, Obama conta agora com 1.719 delegados contra 1.586 de Hillary.




Hillary ganhou na Pensilvânia com uma campanha considerada ofensiva, que lhe rendeu um editorial no jornal "New York Times" intitulado "Uma vitória pelo mau caminho". Segundo o jornal, 68% dos eleitores da Pensilvânia acusam Hillary de ter "jogado sujo" contra Obama.




Na política interna do Partido Democrata, a vitória de Hillary confirmou que a batalha vai continuar ao menos até o final do ciclo de primárias, em 3 de junho. O resultado na Pensilvânia lançou também sérias preocupações sobre o apelo de Obama entre dois eleitorados típicos do Estado, considerados cruciais para as eleições gerais de novembro: os trabalhadores brancos da classe média e os eleitores católicos.




Matthew Cavanaugh - 21.abr.08/Efe

MTC16 - MCKEESPORT (EEUU), 21/04/08.- El precandidato demócrata a la Presidencia de Estados Unidos y senador por Illinois, Barack Obama, habla hoy, 21 de abril de 2008, durante un acto de campaña en el campus Allegheny de la Universidad Estatal de Pennsylvania en McKeesport, Pennsylvania (EEUU). Obama y su rival partidaria, la senadora por Nueva York Hillary Clinton, tendrán este martes una crucial jornada en las primarias de este estado. EFE/MATTHEW CAVANAUGH
Democrata Barack Obama discursa em evento de sua campanha, na Pensilvânia



No entanto, os números continuam mais adversos para Hillary do que para Obama. Com a boa atuação na Pensilvânia, Hillary conseguiu uma margem de cerca de 200 mil votos sobre Obama, mas o senador continua na liderança do voto popular com cerca de 500 mil eleitores a mais.




Se as expectativas de confirmarem --assim como o favoritismo de Hillary, que triunfou na Pensilvânia-- Obama deve recuperar as perdas da terça-feira (22) na votação da Carolina do Norte, em 6 de maio.




Neste Estado, onde os negros representam cerca de 40% do eleitorado, Obama deve recuperar também sua margem de delegados, conquistando a maioria dos 115 delegados em jogo.




No mesmo dia, os eleitores votarão na Indiana, onde a disputa deve ser acirrada, já que o Estado é considerado neutro. Consciente do favoritismo de Obama na Carolina do Norte, Hillary deu início nesta quarta-feira a uma intensa campanha no Estado.




"A pergunta que devemos nos fazer neste momento é que, se [Obama] não é capaz de ganhar nos Estados nos quais é necessário vencer em novembro, isso diz algo sobre as possibilidades [do rival] nas eleições gerais", disse Hillary a cadeias de televisão, em uma tentativa de minimizar a importância das vitórias de Obama.




Superdelegados

As afirmações de Hillary visam, principalmente, convencer os superdelegados do Partido Democrata, líderes partidários e políticos eleitos que votam independentemente das primárias.




Com a corrida acirrada e poucas chances de algum dos pré-candidatos alcançar os 2.025 delegados necessários para garantir a nomeação nas nove primárias restantes, os superdelegados devem definir o candidato democrata na Convenção Nacional, em agosto.




Por isso, Hillary luta para conquistar os endossos. Embora tenha a maioria destes votos até o momento (262 contra 238 de Obama), o senador por Illinois tem diminuído muito a vantagem de sua rival, que já chegou a cem superdelegados.




"Tenho a confiança de que, quando os superdelegados se perguntarem quem é o candidato mais forte contra John McCain, eu serei nomeada pelo partido", disse Hillary, no argumento central de sua campanha.




Dos últimos 70 superdelegados que se pronunciaram, Hillary ganhou apenas dois contra 68 de Obama, segundo o jornal espanhol "El Pais".




Hillary aproveitou a noite de terça-feira para festejar a vitória na Pensilvânia. Mas o tempo para celebrações é curto. Para vencer a matemática ela terá que investir intensamente na campanha televisionada pelo voto popular e na campanha discreta pelos superdelegados, na qual ela deve usar a influência dos dois mandatos de seu marido, o ex-presidente Bill Clinton.



www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u395253.shtml








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