sábado, 8 de março de 2008

Espanha de luto por ação da ETA um dia antes de eleições gerais

EFE





O enterro do ex-vereador socialista Isaías Carrasco no País Basco, assassinado pela organização terrorista ETA, ocorreu neste sábado, 08, quando a Espanha vive um dia de reflexão antes das eleições deste domingo, em meio à comoção e ao repúdio ao assassinato, que ocorreu na sexta-feira.




A campanha eleitoral espanhola, que deveria terminar à meia-noite desta sexta-feira, foi interrompida pelo assassinato de Carrasco, ex-vereador da cidade de Arrasate-Mondragón. O atentado fez com que os partidos políticos concordassem em antecipar o fim de seus atos eleitorais e condenar junto ao Governo e às organizações sociais a ação terrorista da ETA.




Assim como nas eleições gerais de 14 de março de 2004, os espanhóis irão às urnas neste domingo abalados pelo terrorismo, pois o pleito de quatro anos atrás aconteceu três dias após um ataque múltiplo cometido por células da Al Qaeda contra quatro trens em Madri, que matou 191 pessoas e deixou mais de 1.800 feridos.




Os partidos foram unânimes ao pedir aos mais de 35 milhões de eleitores que compareçam às urnas e evitem, assim, como disse hoje o secretário de Estado de Comunicação, Fernando Moraleda, que "os assassinos da ETA possam alterar o ritmo da democracia".




Sandra Carrasco, a filha mais velha de Isaías Carrasco, também pediu hoje àqueles que "quiserem se solidarizar" com seu pai e com a dor da família "que compareçam em massa" amanhã.




Esta é a décima vez que os espanhóis vão às urnas nas eleições gerais desde o retorno da democracia, após os pleitos realizados em 1977, 1979, 1982, 1986, 1989, 1993, 1996, 2000 e 2004 para eleger os 350 membros do Congresso e 208 do Senado.




As últimas pesquisas publicadas dão uma ligeira vantagem ao atual presidente do Governo espanhol e candidato socialista, José Luis Rodríguez Zapatero, que tenta a reeleição, sobre o Partido Popular (PP), cujo candidato é Mariano Rajoy.




A última pesquisa do Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS) apontava uma vitória socialista com uma diferença de entre uma e dez cadeiras no Congresso dos Deputados, distância que aumentava nas últimas pesquisas feitas por outros veículos de comunicação.




Em termos globais, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) obteria 40,2% dos votos (entre 158 e 163 cadeiras), contra 38,7% do PP (entre 153 e 157 assentos).




Nas últimas eleições, os socialistas ganharam com uma vantagem de 4,8 pontos (42,59% a 37,71%) e ficaram com 16 cadeiras a mais (164 a 148).




Desta vez, a campanha eleitoral foi marcada por dois intensos debates entre os candidatos do PSOE e do PP, exibidos ao vivo por mais de 30 emissoras de TV.




Essas duas oportunidades foram aproveitadas por Zapatero e por Rajoy para explicarem suas respectivas propostas para governar a Espanha durante os próximos quatro anos e também para trocar acusações que já tinham sido feitas na pré-campanha e na campanha eleitoral.




Os principais temas do debate foram terrorismo, economia e imigração.




Diante da igualdade das previsões assim como em outras ocasiões, os partidos nacionalistas minoritários, principalmente no País Basco e na Catalunha juntamente com a coalizão Esquerda Unida (IU), terão papel importante como aliados se o PSOE ou o PP não conseguirem as 176 das 350 cadeiras para terem a maioria absoluta.




Segundo os números oficiais, 35.072.209 espanhóis estão aptos a votar em 23 mil seções eleitorais entre as 9h e as 20h hora local (entre 5h e 16h em Brasília) deste domingo.




Do total de eleitores, 33.867.077 moram na Espanha e 1.205.132 estão incluídos no censo de espanhóis ausentes residentes no exterior.

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