Cembranelli disse que testemunhas ouviram discussão do casal na noite do crime.
Promotor afirmou que liberação de casal nesta sexta atrapalha investigações.
Segundo Cembranelli, testemunhas idôneas contaram que dez minutos antes de Isabella cair do 6º andar de um prédio na Zona Norte de São Paulo, em 29 de março, foi ouvida uma “ferrenha discussão do casal dentro do apartamento, sendo reconhecida a voz da pessoa que discutia e que foi posteriormente comparada com a voz de Anna Carolina Jatobá no momento em que gritava ao celular no térreo ao lado do corpo da menina”.
Ele não afirmou quantas testemunhas seriam e nem se são moradores do prédio. Para o promotor, esse despoimentos seriam "elementos bastante claros que abalam a versão trazida pelo casal".
A reportagem do G1 tentou entrar em contato com os advogados do casal, mas até o momento da publicação não conseguiu localizá-los.
Apesar de afirmar que existem elementos contra o casal, o promotor não quis apontá-los como os autores do crime. "Não há precipitação. Há tranqüilidade até porque dependemos dos laudos periciais". Cembranelli disse ainda que a libertação de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá atrapalha o andamento das investigações sobre a morte da menina de 5 anos.
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Cembranelli afirmou que respeita a decisão da Justiça de ter dado habeas corpus ao casal, mas não concorda com ela. Apesar disso, ele falou que “nada mudou” nas investigações do caso. Quanto a possibilidade de existir um terceiro suspeito do crime, Cembranelli respondeu: "Todas as possibilidades continuam (a ser levadas em conta), mas não há na investigação algo que indique isso".
Em coletiva nesta tarde, a delegada Elizabete Sato disse que a libertação do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá não vai atrapalhar a investigação do caso Isabella. "Durante a prisão deles, o presidente do inquérito (delegado) deu celeridade ao processo", disse.
Questionada sobre a afirmação da defesa do casal de que a prisão deles foi precipitada, a delegada seccional falou que não iria comentar o assunto. Ela falou ainda que a polícia não falhou ao pedir a prisão do casal sem ter o resultado dos laudos, pois foi informado à Justiça o resultado das investigações até a data do pedido da prisão.
Sato classificou o assassinato da menina de 5 anos como um “bárbaro crime” e disse que, enquanto os laudos da Polícia Científica e do Instituto de Criminalística (IC) não estiverem prontos, não é possível fazer uma afirmação "concreta" sobre o caso Isabella. "O caso fica atrelado às conclusões técnicas", disse.
Um dia antes da prisão do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, em 2 de abril, a delegada defendeu cautela na apuração dos fatos. “É importante que, nesse momento, nós tenhamos a calma suficiente para fazer a investigação. Uma investigação de homicídio pode tornar-se complexa.”
Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella Nardoni, chegou ao IML às 15h43, cerca de uma hora depois de Alexandre Nardoni, que chegou ao local às 15h42.
A saída de Anna Carolina da delegacia foi marcada por muito tumulto. Antes de entrar no carro que a levou para o IML, ela disse que não era assassina. Jornalistas e moradores da região se aglomeraram na porta da delegacia para acompanhar o momento em que a jovem de 24 anos seria solta. Ela foi xingada por vários curiosos.
Alexandre Nardoni, deixou a carceragem do 77º Distrito Policial, de Santa Cecília, no Centro de São Paulo, por volta das 14h30.
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