O governo colombiano autorizou nesta quarta-feira uma nova operação para o resgate de duas reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que contará somente com a participação do governo venezuelano e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Assim anunciou o alto comissário da Colômbia para a Paz, Luis Carlos Restrepo, depois que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse em Caracas ter recebido das Farc as coordenadas do local onde ocorrerá a libertação.
O chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, transmitiu a seu homólogo colombiano, Fernando Araújo, o pedido de autorização para a entrada em território colombiano de helicópteros venezuelanos com o emblema da Cruz Vermelha para recolher os reféns Clara Rojas e Consuelo González, presumivelmente nas selvas do departamento de Guaviare.
"Estamos dando todas as garantias, e confiamos que essa libertação ocorrerá muito rapidamente e da maneira mais bem-sucedida possível", disse Restrepo.
O alto comissário indicou que o CICV "permanece em contato com a Venezuela e o governo colombiano".
"Esperamos antecipar esta operação humanitária para que Clara e Consuelo retornem muito em breve para casa", disse.
Na terça-feira, Restrepo havia reiterado que o governo colombiano mantinha as garantias já oferecidas para a possível entrega dos seqüestrados por parte das Farc.
Por sua parte, o CICV confirmou nesta quarta que participará amanhã da missão humanitária para recuperar as duas reféns das Farc em algum local da Colômbia, segundo declarou à agência de notícias Efe o porta-voz do organismo em Bogotá, Ives Heller.
A fonte acrescentou que, uma vez que o CICV tenha as coordenadas, pedirá ao ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, as garantias de segurança para viajar à zona onde ocorrerá a libertação.
Por sua parte, o ministro Santos se disse "à espera de reunir-se com os delegados do CICV e com os altos comandantes das instituições armadas" para dar as garantias de segurança.
"A Cruz Vermelha já se comunicou comigo, e logo que tiverem as coordenadas voltarão a entrar em contato para negociarmos toda a operação. Logo que a Cruz Vermelha me notificar, me reunirei com eles, negociaremos e daremos todas as garantias", afirmou.
Além disso, acrescentou que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha é o único organismo encarregado de realizar qualquer missão para a libertação dos seqüestrados.
A operação busca libertar Clara Rojas, ex-assessora da presidenciável Ingrid Betancourt --ambas em poder das Farc desde fevereiro de 2002--, e a ex-parlamentar Consuelo González, refém desde setembro de 2001.
A libertação dessas reféns foi prometida pelas Farc em 18 de dezembro, como um ato de "desagravo" a Chávez, depois que o presidente colombiano, Álvaro Uribe, cancelou sua mediação na busca de um acordo humanitário com a guerrilha para libertar 45 reféns em troca de 500 rebeldes presos.
O anúncio da nova missão foi uma semana depois da missão fracassada para a libertação de Gonzáles, Rojas e Emmanuel, filho de Rojas nascido no cativeiro, fruto de uma relação consentida com um guerrilheiro.
Na segunda-feira (31), as Farc justificaram a desistência da entrega dos reféns dizendo que "atividades militares" colombianas próximas ao local do resgate impediram que a operação fosse concluída.
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, porém, negou a versão da guerrilha e afirmou que as Farc não poderiam cumprir sua promessa simplesmente porque Emmanuel não estaria em seu poder, pois está em um orfanato em Bogotá.
Um teste de DNA provou que Emmanuel é o garoto no orfanato de Bogotá.
Com France Presse e Efe
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