sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sarah Palin aparece como a versão republicana de Obama

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César Muñoz Acebes.


St Paul (EUA.), 5 set (EFE) - A candidata republicana à Vice-Presidência dos Estados Unidos, Sarah Palin, se lançou hoje à maratona eleitoral em Michigan, após deixar a convenção do Partido Republicano com a força e o frescor de um Barack Obama, o aspirante democrata à Casa Branca.


Palin e o candidato à Presidência dos EUA, John McCain, não quiseram perder a vantagem que conquistaram na convenção e hoje de manhã estavam em Wisconsin, um dos estados-chave nas eleições.


Na campanha "só há um homem que lutou de verdade por vocês em lugares onde a vitória significa sobreviver e a derrota significa a morte. Esse homem é John McCain", disse Palin aos fiéis reunidos na pequena cidade de Cedarburg.


As palavras faziam referência aos cinco anos e meio que o senador passou como prisioneiro de guerra em Hanói, um pesadelo relatado por McCain em seu discurso de quinta-feira na convenção.


No entanto, contrariado o habitual nas convenções, o discurso de McCain não foi o mais aguardado da reunião, e sim o de Palin, na quarta-feira.


O discurso a lançou como um foguete na campanha e lembrou, pelo seu impacto, o pronunciamento na convenção democrata de 2004 de um senador estadual negro de nome raro, Obama, que fez com que as cabeças se virassem pela primeira vez em sua direção.


Mesmo assim, Palin ainda tem muito caminho a percorrer. Segundo uma pesquisa do canal "ABC" divulgada hoje, só 42% dos entrevistados acreditam que ela tem experiência suficiente para ser presidente do país, se for necessário.


A metade das pessoas sondadas manifestou uma opinião positiva de Palin, um percentual similar ao de Joseph Biden, o candidato democrata à Vice-Presidência.


Entre os republicanos, no entanto, sua popularidade está no céu, com 85% de aprovação.


Isso faz com que a fotogênica Palin ameace roubar protagonismo do próprio McCain entre a base republicana, segundo os analistas.


"Ela é uma oradora muito mais forte que ele", afirmou James McCann, professor de ciências políticas da Universidade Purdue, em Indiana.


Isso só ficou evidente após ela subir no palanque do Xcel Energy Center de St Paul, onde ocorreu a convenção republicana, porque Palin era uma total desconhecida no cenário político nacional.


A governadora do Alasca demonstrou que não se assusta com as câmeras e que tem grande habilidade para provocar simpatia e apelar à emoção, ao se apresentar como uma mãe comum com os mesmos problemas que todo o mundo, incluindo uma filha adolescente grávida.


Também exibiu uma língua afiada ao criticar Obama, com um sorriso na boca. Hoje, continuou a carga em Wisconsin, onde afirmou que o senador por Illinois "se equivocou profundamente" no Iraque, ao se opor ao envio de tropas adicionais no ano passado.


A política externa não é, no entanto, o forte de Palin, que só saiu dos Estados Unidos em duas ocasiões em viagens de negócios e uma vez foi ao México de férias.


McCann, o professor de Purdue, acredita que os republicanos a enviarão a atos de campanha perante audiências pequenas, em igrejas, por exemplo, e não a rodas de imprensa onde possa se enganar ou a comícios grandes onde ofusque seu companheiro de fórmula.


Perante a direita religiosa, Palin funcionará muito bem, de acordo com Benjamin Ginsberg, estrategista das campanhas presidenciais de George W. Bush.


"Foi uma escolha brilhante que deu energia à base" republicana, assinalou.


Kimberly Peticolas, uma jovem de 22 anos que usa um bottom com o rosto de Ronald Reagan, sente essa força.


Palin é "absolutamente fabulosa. É uma mulher que sempre seguiu suas convicções", afirmou Peticolas em St Paul, onde foi delegada do Colorado na convenção.


O desafio da governadora, segundo os analistas, é seguir à frente do grupo anti-aborto, anti-casamento homossexual e pró-armas que se identifica totalmente com ela, e convencer o público em geral de que a chapa McCain-Palin representa a verdadeira mudança que o país quer. EFE





http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL749767-5602,00-SARAH+PALIN+APARECE+COMO+A+VERSAO+REPUBLICANA+DE+OBAMA.html

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