segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Olho do furacão Gustav atinge a Louisiana na categoria 2






Olho do furacão Gustav atinge a Louisiana na categoria 2





Fenômeno está a 110 quilômetros de Nova Orleans, castigada pelo Katrina em 2005 onde 1.600 morreram

Agências internacionais

O furacão atingiu os arredores da cidade de Cocodrie

AP

O furacão atingiu os arredores da cidade de Cocodrie

HOUSTON - O olho do furacão Gustav atingiu o Estado americano da Louisiana por volta das 12 horas desta segunda-feira, 1, nos arredores da cidade de Cocodrie, na categoria 2 pela escala Saffir-Simpson. A tempestade provocava fortes pancadas de chuvas em sua aproximação a Nova Orleans, informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos. Com ventos de cerca de 160 quilômetros por hora, o furacão segue no sentido noroeste e deve permanecer nesse caminho pelo menos um dia.

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O centro da tempestade está a cerca de 110 quilômetros de Nova Orleans e se movimenta a uma velocidade de 24 km/h. Quase 2 milhões de pessoas deixaram o litoral da Louisiana e mais de 11 milhões de moradores de cinco Estados americanos devem sentir o impacto do furacão. O fenômeno provocou alterações na convenção republicana, que oficializará a candidatura de John McCain, cancelando os principais discursos do primeiro dia do evento. O partido ainda não confirmou se a programação para os outros três dias será mantida.

Empresas petrolíferas suspenderam praticamente todas as atividades de produção no Golfo do México, região geralmente responsável por 25% da produção de petróleo dos EUA e por 15% da produção de gás natural do país. Até a noite de domingo, as ruas de Nova Orleans estavam vazias após 95% da população atender aos pedidos desesperados das autoridades para que deixassem a cidade. Em Nova Orleans, longas filas de carro se formaram nas estradas depois que o prefeito da cidade, Ray Nagin, determinou a evacuação obrigatória da cidade, de 239 mil habitantes.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, partiu nesta manhã rumo ao Texas para ficar na chamada zona de perigo e, dessa forma, acompanhar de perto a chegada do furacão Gustav. O presidente americano viajaria esta noite a Minnesota, para participar da convenção do Partido Republicano, mas devido à gravidade da situação no sul do país pela ameaça de Gustav, mudou de planos e se dirigiu ao Texas. Segundo a Casa Branca, espera-se que Bush visite ainda Austin, a capital do Texas, e San Antonio, outra cidade importante do Estado.

Bush alertou para o perigo que o furacão Gustav ainda pode representar à costa dos EUA nesta segunda-feira, enquanto busca afirmar aos americanos que seu governo aprendeu as lições com o fracasso na condução da crise com o furacão Katrina em 2005. "Esta tempestade ainda não passou. É um evento sério", disse em um pronunciamento de oficiais de emergência em Austin depois que um enfraquecido Gustav atingiu a costa de Louisiana, mas pareceu poupar a cidade de Nova Orleans de sua força total.

Bush insistiu que a coordenação da resposta de emergência ao Gustav é "muito melhor que durante o Katrina".

Segundo a BBC, desde que passou por Cuba no sábado - sem ter causado mortes, segundo informações oficiais - Gustav vem perdendo força à medida que se desloca em direção à costa americana. Ainda assim, uma elevação do nível do mar de 4,3 metros já poderia ameaçar os mesmos diques que se romperam três anos atrás, durante a passagem devastadora do furacão Katrina. Embora não haja registros de vítimas fatais em Cuba, o furacão deixou vítimas em outros locais como no Haiti, República Dominicana e Jamaica. Há relatos de que o número de mortos até agora pode chegar a mais de 90.

Imagens de TV mostraram ruas do centro da cidade sendo varridas por fortes ventos e chuva torrencial, mas, até o início da tarde (hora de Brasília), os diques construídos para proteger Nova Orleans de inundações estavam resistindo. A maior preocupação das autoridades é com a região ao redor do canal Industrial, no oeste da cidade. O canal liga o Lago Pontchartrain, ao norte do centro, ao Rio Mississipi, ao sul, e imagens mostraram a água transbordando a barreira às margens do canal, mas sem destruí-la.

Caso o dique não resista, é possível que vastas áreas de Nova Orleans fiquem submersas.





www.estadao.com.br/internacional/not_int234223,0.htm

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