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e vencer primária de Oregon, ele ficará com maioria entre os delegados fundamentais
O senador Barack Obama deve garantir, na terça-feira (20), a candidatura do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos. Se vencer na primária de Oregon, como está previsto, ele deve acumular mais de 1.627 delegados eleitos. Embora não seja o número mínimo de 2.025 (que inclui superdelegados), terá nas mãos a maioria dos delegados considerados fundamentais para derrotar Hillary Clinton e confirmar a indicação.
Obama é dono de uma história que, por muitas razões, dificilmente poderia ter ocorrido na América de décadas atrás. Ele é filho de uma mulher branca do Kansas que se apaixonou por um muçulmano negro do Quênia nos anos 60, em plena era de segregação, quando a maioria dos Estados ainda proibia o casamento inter-racial.
O advogado de 46 anos de ascensão política meteórica usa sua biografia multiétnica e multicultural como trunfo para ganhar votos. Primeiro candidato negro à presidência dos EUA, Obama terá, no entanto, muitos obstáculos pela frente. Embora não tenha nenhum escândalo ou fato desabonador no currículo, os republicanos o acusam de ser liberal (termo que, nos EUA, significa estar à esquerda do espectro político).
Sua inexperiência em cargos públicos - trabalhou apenas no Senado estadual de Illinois e pouco mais de dois anos no Congresso - e sua possível ingenuidade em política externa são os principais alvos dos republicanos. Durante a campanha, ele insistiu no discurso da mudança, afirmando que não via problemas em dialogar com governos com os quais a administração Bush não negocia, como Irã, Cuba e Síria. "Obama não tem experiência em política externa - ela se resume a um curso de Relações Internacionais na faculdade e ter morado no exterior quando era criança", disse ao Estado Luke Bernstein, diretor-executivo do Partido Republicano na Pensilvânia.
Para se distanciar de seus concorrentes, Obama tenta mostrar a vantagem de não ter sido corrompido pelos vícios da politicagem partidária. Ele admitiu, por exemplo, que não teve tempo de aprender todas as regras de Washington, "apenas o suficiente para saber que as regras de Washington precisam mudar". Ele também procura diferenciar experiência de bom julgamento - citando como exemplo o discernimento que teve ao se opor à guerra do Iraque desde o início.
A raça é outro grande obstáculo. Em um país que bancou segregação oficial durante anos, muitos brancos se recusam a votar em negros, embora ainda seja difícil quantificar esse racismo nas urnas. Os vídeos do pastor de Obama, Jeremiah Wright, dizendo "Deus amaldiçoe a América" estão no ar em anúncios e certamente serão usados à exaustão no segundo semestre . Eles remetem ao ativismo negro que assusta muitos eleitores brancos conservadores.
E o fato de Obama ser considerado um dos senadores mais liberais do Congresso pode tirar-lhe votos. Seu discurso, por enquanto, bate na tecla da mudança - sem entrar em detalhes. "Muitos eleitores não vão votar em Obama porque ele vai aumentar os impostos, deixar os sindicatos aparelharem Washington e bater papo com tiranos como Mahmoud Ahmadinejad, do Irã", disse o consultor republicano Todd Harris, adotando o tom exagerado que deve marcar a campanha daqui para frente.
Para outros observadores, os EUA passam por um momento em que tal revolução seria possível. "O fato de que 82% dos americanos acreditam que o país está no caminho errado é uma ótima oportunidade de trazer para as urnas pessoas que não votam normalmente para eleger um candidato mais liberal que a média ", afirma Michael Dawson, especialista em raça e política da Universidade de Chicago.
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