SÃO PAULO - A terça-feira pode ser resumida como mais um dia positivo para os mercados brasileiros. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) garantiu fechamento em alta, o dólar manteve a trajetória de queda e os juros futuros recuaram.
Mais uma vez, o dia começou de forma negativa para a Bovespa, que chegou a perder mais de 1,5% no período da manhã. Os investidores aproveitaram o mau humor externo para realizar lucros, mas as vendas não duraram muito.
A retomada das compras seguiu os indicadores em Nova York, que firmaram posição e encerraram o dia com ganho. Dow Jones avançou 0,91% e o Nasdaq subiu 0,75%.
Os investidores norte-americanos passaram por cima da indicação de maior inflação no atacado e menor confiança do consumidor. A melhora de humor veio com o anúncio da IBM, que elevou suas previsões para o ano e anunciou um programa de recompra de ações de US$ 15 bilhões.
Estimulado pelos avanços em Wall Street, o Ibovespa encerrou a terça-feira com valorização de 0,28%, aos 65.182 pontos. O giro financeiro foi alto, acima de R$ 7,10 bilhões, o maior para dias sem vencimento de opções sobre ações ou índice futuro desde 22 de janeiro. Na mínima do dia, o indicador chegou a perder mais de 1,5%. O ganho acumulado em fevereiro está em 9,56%.
O dólar começou o dia abaixo do patamar de R$ 1,7, e se manteve assim durante praticamente todo o pregão. A divisa operou em baixa mesmo nos momentos de queda acentuada nas bolsas aqui e em Nova York.
A explicação para a desvalorização segue a mesma: fluxo de capital, expectativa de ingresso crescente de recursos e operações de arbitragem de taxa de juros entre Brasil e Estados Unidos.
A atuação do Banco Central (BC) no final do pregão, quando comprou dólares no mercado à vista, serviu apenas para tirar a divisa da mínima do dia, que foi registrada aos R$ 1,681.
O dólar comercial caiu 1,28%, a R$ 1,682 na compra e R$ 1,684 na venda. A cotação é a menor desde 19 de maio de 1999, quando a moeda encerrou a R$ 1,672. Esta foi a sétima queda consecutiva. No ano, a divisa já perdeu 5,23%.
Na roda de pronto da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF), o dólar diminuiu 1,32%, a R$ 1,683. O volume financeiro somou US$ 628,75 milhões.
Os juros futuros tiveram dois momentos distintos. A abertura em alta refletia o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que superou o esperado. Mas ainda durante a manhã a alta perdeu força e as curvas fecharam o dia apontando para baixo. A reversão ganhou força com a virada de humor nos mercados externos e a acentuada queda no preço do dólar.
A prévia da inflação oficial apontou alta de 0,64% em fevereiro, acima do 0,6% previsto. No entanto, o resultado foi pressionado pelo item educação, que é computado de forma integral no mês.
De forma geral, o indicador não teve força para mudar a visão dos agentes de que a trajetória dos preços é de baixa, o que suporta a expectativa de que o BC manterá a Selic em 11,25% na reunião da semana que vem.
Ainda durante o dia, mais um dado contribuiu para o recuo nas taxas. O próprio BC indicou que o crescimento do crédito perdeu ímpeto na virada do ano ficando estável em janeiro. Além disso, também foi observada uma alta nos spreads. As indicações trazem, mesmo que marginalmente, um alívio para o BC que vê a expansão do crédito como um dos fatores a impulsionar a demanda.
Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2009 fechou com baixa de 0,05 ponto, a 11,72% anuais. Janeiro de 2010, o mais negociado, caiu 0,03 ponto, projetando a 12,40% ao ano. Janeiro 2011 desvalorizou 0,03 ponto, indicando 12,47% ao ano. Janeiro 2012 recuou 0,05 ponto, fechando a 12,45%.
Na ponta curta, março de 2008 fechou estável a 11,08%, assim como Abril de 2008, que encerrou projetando 11,13%. Julho de 2008 cedeu 0,01 ponto, para 11,28%. E outubro de 2008 projetava 11,50% anuais, declínio de 0,03 ponto.
Até as 16h15, antes do ajuste final de posições, foram negociados 733.996 contratos, equivalentes a R$ 63,48 bilhões (US$ 37,20 bilhões). O vencimento de janeiro de 2010 foi o mais negociado, com 276.311 contratos, equivalente a R$ 22,23 bilhões (US$ 13,02 bilhões).
(Eduardo Campos | Valor Online)
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2008/
02/27/mercados_bovespa_subiu_pelo_quinto_
dia_dolar_fechou_r_1_684-425977888.as
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