Pesquisa do IBGE revela dados sociais e econômicos do país.
O IBGE divulgou nesta quinta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Quase todos os indicadores sociais tiveram avanços em 2007, mas alguns problemas antigos persistem.
Imagine uma fotografia do Brasil tirada em 2007. As mulheres são maioria na população. No mercado de trabalho, eles são maioria por enquanto.
Nos últimos 15 anos, o nível de emprego para elas mostrou tendência de alta, mesmo que lenta. Diferenças que estão diminuindo também no contra-cheque, apesar de as mulheres ainda ganharem, em média, 66% do salário dos homens.
“Acho uma disparidade isso ainda acontecer no nosso Brasil”, opina uma mulher. O país tem quase 70% dos domicílios próprios quitados, incluindo os que ficam em favelas.
A pesquisa mostra também como anda o acesso a serviços públicos. O avanço da rede de esgoto é lento. Mas, pela primeira vez, pouco mais da metade das casas está ligada à rede coletora. Serviço que ainda não chegou à rua do garçom Gustavo Rangel.
Já dentro muita coisa mudou. Geladeira, televisão, DVD, além de computador e internet, itens que tiveram o mais forte crescimento no consumo. “Estava fazendo falta, porque eu precisava mandar uns e-mails, receber também para negócio de trabalho”, disse Gustavo.
O índice de trabalhadores com carteira assinada aumentou e chegou a 32 milhões. Benefício que a auxiliar de produção Mirian da Silva conseguiu numa fábrica de bebidas.
“Pretendo ano que vem fazer minha faculdade, porque tenho um sonho de me formar e aqui, com esse emprego, vou conquistar isso”.
O rendimento médio do brasileiro subiu, chegou a R$ 960, mas permanece abaixo do valor de dez anos atrás.
O índice que mede a concentração de renda teve uma expressiva melhora no país, com exceção da Região Centro-Oeste. A desigualdade continua sendo um desafio: os mais ricos ficam com a maior fatia das remunerações e os mais pobres, com uma parte bem pequena.
O índice de analfabetos continua caindo, mas num ranking de 22 países da América do Sul e do Caribe, o Brasil está em 15º lugar, atrás de Bolívia e Suriname.
O problema é ainda mais grave no caso dos analfabetos funcionais. São pessoas que conseguem escrever um pouco, assinam o nome, mas não são capazes de entender tudo o que lêem.
Esses brasileiros deixam a escola com menos de quatro anos de estudo e depois enfrentam limitações por toda a vida. Um em cada cinco brasileiros com mais de 15 anos ainda é analfabeto funcional.
“O aumento dos recursos para a área de educação é fundamental, porque isso vai reverter em melhores condições de ensino, na qualificação dos professores, nos equipamentos escolares, enfim, em todos os aspectos que vão interferir, de alguma maneira, no rendimento escolar”, declarou Paulo Corbucci, pesquisador do Ipea.
A situação piora no Nordeste. A empregada doméstica alagoana Maria Eurides da Costa parou de estudar cedo. Agora, se esforça para manter as filhas na escola. “Eu estou dando às minhas filhas a oportunidade que eu não tive de estudo”.
Esta grande fotografia do país também mostra que, pela primeira vez desde os anos 90, mais da metade dos trabalhadores contribui para a Previdência. E revela ainda que estamos envelhecendo: a população com mais de 40 anos cresceu e a mais jovem encolheu.
“Esse envelhecimento mais rápido vai colocar dentro de 20, 30 anos novamente uma questão importante pro país, que é exatamente esse descasamento entre o tempo de contribuição e depois o tempo de benefício numa população que tem uma longevidade cada vez maior”, declarou Eduardo Nunes, presidente do IBGE.
http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL765533-10406,00-PNAD+MOSTRA+AVANCOS+E+VELHOS+PROBLEMAS+DO+BRASIL.html
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