O ex-prefeito Celso Pitta e o investidor Naji Nahas foram libertos da prisão na madrugada desta sexta-feira (11) pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que concedeu habeas corpus em favor de Pitta, Nahas, e mais nove pessoas - todos presos durante a operação Satiagraha, da Polícia Federal.
Na noite de quarta-feira (09), Mendes libertou o banqueiro Daniel Dantas e sua irmã Verônica, acusados de integrar uma quadrilha envolvida em negociações com Nahas, da qual Pitta seria cliente. O presidente do STF julgou não haver provas suficientes que incriminassem os presos, "seja por ser desnecessário o encarceramento para imediato interrogatório, seja por nada justificar a providência para fins de confronto com provas colhidas". Entretanto, o juiz Fausto Sanctis determinou que Dantas retornasse à prisão por corrupção ativa, devido aos indícios de que o dono do Opportunity teria subornado um delegado da Polícia Federal, responsável pelas investigações.
Dantas, Pitta e Nahas são acusados dos crimes de formação de quadrilha, operação de instituição financeira sem autorização do Banco Central, uso de informação privilegiada, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas. Em 1989, o investidor libanês foi acusado de efetuar operações ilegais no mercado de capitais brasileiro que provocou a falência de diversas corretoras e esvaziou a Bolsa do Rio, principal mercado de ações na época. Após anos de batalha judicial, em que chegou a ser condenado a 24 anos e oito meses de prisão, Nahas foi inocentado pela Justiça e briga contra a BM&FBovespa, herdeira do mercado de ações, por uma indenização bilionária.
A Operação Santiagraha começou há quatro anos, como desdobramento das apurações nos documentos apresentados no caso do mensalão. Os policiais federais cumpriram 56 mandados de busca em apreensão, sendo 38 em São Paulo, 16 no Rio de Janeiro, um em Brasília e um Salvador.
Além de Pitta e Nahas, foram beneficiados: Roberto Sande Caldeira Bastos, Miguel Jurno Neto, Carmine Henrique e Carmine Henrique Filho, Antonio Moreira Dias Filho, Maria do Carmo Antunes Jannini, Fernando Naji Nahas e Marco Ernest Matalon. O doleiro Lúcio Bolonha Funaro entrou com pedido de habeas-corpus em separado e também conseguiu liberdade.
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