da Efe, em Nova York
O Conselho de Segurança da ONU afirmou hoje que atuará contra os responsáveis pelos ataques a patrulhas da missão de paz conjunta com a União Africana (UA) em Darfur (Unamid), que mataram oito soldados da organização, no total, e feriram outros 22.
Aos sete mortos no ataque de 8 de julho contra a missão da ONU soma-se um militar que morreu hoje em outra emboscada.
Os 15 membros do principal órgão da ONU condenaram e qualificaram de "inaceitável" o ataque sofrido em 8 de julho pela patrulha por 200 agressores não identificados que estavam à cavalo e em 40 veículos fortemente armados.
"O Conselho manifesta particular preocupação com o fato de que o ataque foi premeditado, deliberado e tivesse como objetivo causar baixas", indica.
A declaração respalda a investigação iniciada pelas Nações Unidas e pede ao governo do Sudão para garantir que sejam identificados os responsáveis da emboscada e que eles sejam levados à Justiça.
"O Conselho ressalta a determinação de atuar contra estes responsáveis após conhecer o resultado da investigação da Unamid", ressalta.
O órgão lembra que qualquer ataque às forças de paz da ONU pode constituir um crime de guerra e pede a todas as partes que respeitem o direito humanitário internacional.
Crime de guerra
"O Conselho ressalta que qualquer agressão ou ameaça contra a Unamid é inaceitável e exige que não volte a ocorrer", reitera o texto.
Os integrantes do principal órgão tornaram pública sua condenação ao ataque após escutar um relatório do subsecretário para a Manutenção da Paz, Jean Marie Guehénno, sobre a situação da força internacional em Darfur.
Guehénno informou aos membros do órgão em reunião a portas fechadas da morte de outro militar da missão em um novo ataque a uma patrulha de militares da ONU e da UA em Darfur, segundo precisou a porta-voz da ONU, Marie Okabe.
O governo sudanês afirmou após a emboscada de 8 de julho que um dos maiores grupos rebeldes de Darfur estava por trás da agressão, mas fontes diplomáticas questionaram a versão pela potência e a sofisticação do armamento empregado.
O embaixador do Reino Unido, John Sawers, assegurou na saída da reunião que é preciso esperar que se conclua a investigação, mas ressaltou que os atacantes empregaram "armas que não tinham sido vistas antes" na região.
Ele anunciou que o país fez circular hoje no Conselho um projeto de resolução para renovar o mandato da Unamid, que expira em 31 de julho.
"Encontramo-nos em uma situação grave e o Conselho ressaltará o completo respaldo a esta missão nestes momentos difíceis", apontou.
Sawers assegurou que "ninguém fica feliz" com que, sete meses após o desdobramento, somente 40% dos 20 mil soldados que deveriam integrar a missão estejam no Sudão.
Ele agradeceu a promessa do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de contar com 80% da força desdobrada até o final de 2008.
www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u423081.shtml
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