SÃO PAULO - A queda de Isabella de Oliveira Nardoni, 5, levou dois segundos, a uma velocidade de 72 km/h. A menina sofreu politraumatismo (lesões múltiplas em várias partes do corpo), além de sofrer uma fratura na bacia e no pulso direito. Alguns peritos afirmam que a menina, se não tivesse sido asfixiada, poderia até ter sobrevivido à queda, já que o impacto contra o chão foi amortizado por uma palmeira de 60 centímetros, a grama de 10 centímetros e a terra fofa do jardim.
Já não resta dúvida para os médicos do Instituto Médico Legal (IML) de que Isabella foi asfixiada. A tese é confirmada pelas manchas escuras encontradas no pulmão, no coração e nas pontas dos dedos da menina. Além disso, ela estava com a língua para fora da boca quando caiu, um dos indícios mais freqüentes da falta de oxigenação. Também neste caso, os peritos acreditam que ela poderia ter sobrevivido ao asfixiamento se não tivesse sido atirada pela janela.
O laudo do IML que apontará a causa da morte de Isabella será assinado por três legistas. Porém, os médicos não descartam a possibilidade de o corpo da menina vir a ser exumado no caso de a defesa de Alexandre Alves Nardoni e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá vir a contestar a conclusão dos peritos. O documento, que está quase pronto, será entregue nas mãos do delegado que preside o inquérito, Calixto Calil Filho, no 9 Distrito (Carandiru).
No Instituto de Criminalística, os peritos dizem que a pegada encontrada no lençol do quarto onde Isabella foi jogada é compatível com um dos chinelos pertencentes ao pai dela, Alexandre Alves Nardoni.
Exames de DNA também confirmaram que são de Isabella os vestígios de sangue encontrados no apartamento. Os peritos localizaram um rastro que ia da porta de entrada até o quarto de onde a menina foi jogada pela janela. Pelo espaço que havia entre uma marca e outra, as análises indicam que são compatíveis com o passo de um adulto que estaria carregando a criança no colo.
Os peritos do IC também concluíram que o sangue na camiseta de Alexandre Nardoni é da menina. Os advogados do pai de Isabella alegam que seu cliente tentou pegar a filha no colo quando a viu caída no jardim do edifício, o que pode ter sujado a roupa. Ainda estava sendo analisada a mancha de sangue que havia na calça jeans usada por Anna Carolina Trotta Jatobá, que não teve, segundo testemunhas, qualquer contato com o corpo depois da queda.
Segundo os peritos, o fato de as roupas entregues por Alexandre e Anna Carolina terem sido lavadas dificultou o trabalho. A família só entregou as peças em 8 de abril, nove dias depois do crime. Mesmo assim, ficaram faltando uma blusa e um calçado da madrasta, apreendidos quando ela já estava detida no 89 DP (Portal do Morumbi).
Na camiseta de Alexandre Nardoni os peritos também identificaram fiapos de náilon da tela da janela do quarto onde Isabella foi jogada. A grande quantidade de fibras é um indicativo de que ele teria cortado apressadamente a tela com faca e, em seguida, com tesoura para jogar a filha, imaginando que a menina estivesse morta.
Pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML), Isabella estava em estado de letargia (semimorta).
O laudo do IML está praticamente pronto. Porém, os legistas ainda deverão cruzar as informações com outros dois laudos que estão sendo elaborados pelo IC. Desses três documentos sairá uma conclusão a respeito do que ocorreu no apartamento da família na noite de 29 de março.
http://oglobo.globo.com/sp/mat/2008/04/17/isabella_caiu
_72_km_e_impacto_no_chao_foi_amortizado
_por_planta-426919643.asp
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