quarta-feira, 30 de abril de 2008

Casal vai se apresentar se for pedida a prisão, diz advogado

Defesa nega que pai e madrasta de Isabella tenham feito reserva em hotel no exterior.
Advogado afirmou que Alexandre Nardoni e Anna Carolina não têm intenção de fugir.
Do G1, em São Paulo

O advogado Marco Polo Levorin negou com veemência que o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella, tenha a intenção de deixar o Brasil. Ele negou que essa seja a estratégia da dupla caso a Justiça aceite o pedido de prisão preventiva que foi encaminhado pela Polícia Civil. Para o advogado, inclusive, não há elementos para que fosse pedida a prisão preventiva. A defesa do casal concedeu entrevista coletiva à imprensa na tarde desta quarta-feira (30).




Caso Isabella: cobertura completa

“O casal tem um histórico muito significativo que afasta a possibilidade de fuga. Decretou-se a prisão temporária deles no dia 2 (de abril) e o casal se apresentou no dia 3, espontaneamente, ao juiz de direito. O Brasil todo é sabedor do lugar onde eles estão no momento. É um lugar amplamente conhecido. Se for feito qualquer pedido de prisão, eles irão se apresentar à Justiça normalmente”, garantiu.




Levorin negou, inclusive, que uma reserva em um hotel em outro país tivesse sido feita em nome de Alexandre e Anna Carolina, como chegou a ser noticiado. “Nos surpreendeu que essa informação sobre uma possível fuga tenha vindo justamente no momento em que se pede a prisão preventiva. A defesa ficou atônita, nos causou espécie. Não houve qualquer registro de reserva em hotel em país estrangeiro em nome do casal, isso já foi comprovado”, afirmou.




A defesa disse que não ainda entrou com um pedido de habeas corpus para evitar que o casal volte à prisão nos próximos dias. “Temos uma liminar que vale para o pedido de prisão temporária. A situação que existia antes é a situação que existe hoje. Não há requisitos autorizadores para uma prisão preventiva, não há elementos para isso”, justificou.





Perito

Os advogados de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella Nardoni, apontaram uma série de irregularidades, ao menos na visão da defesa, na condução do inquérito que investiga a morte da menina e na elaboração dos laudos. Por isso, eles anunciaram que irão contratar um perito para esclarecer “alguns aspectos” dos laudos já produzidos pelo Instituto de Criminalística e pelo Instituto Médico-Legal (IML).




“Há alguns aspectos que gostaríamos de ver esclarecidos. Por isso, a defesa deve contratar um profissional. O próprio corte da tela, por exemplo. Na reconstituição, não vimos a identidade, as características, do corte da tela. Não vamos questionar os laudos. Gostaríamos apenas que algumas situações fossem aclaradas”, declarou Marco Polo Levorin.





De acordo com o advogado, este profissional utilizará metodologia própria para elaborar os seus pareceres sobre os fatos do dia 29 de março e deverá ser contratado até o final desta semana.




“A fase da produção do inquérito é inquisitiva. Com a conclusão deste e sua entrega ao Ministério Público, a defesa agora fará a produção das suas próprias provas. As provas testemunhais, por exemplo, são periféricas ao fato principal. As informações colhidas no inquérito sinalizam para uma fragilidade dos dados probatórios”, insistiu.


Metodologia contestada

Outra das críticas da defesa é em relação ao uso de parte do trabalho da perícia durante depoimento de Alexandre Nardoni, no dia 18 de abril, sem que os laudos estivessem anexados ao inquérito. "A autoridade fez afirmações que se divorciam da conclusão dos laudos periciais", afirmou Levorin. O advogado apontou como um erro o questionamento sobre a existência de marcas de vômito na camisa de Alexandre e do sangue de Isabella dentro do carro.




"Pela conclusão do laudo, isso não é verdadeiro", disse. "A simples constatação de que o sangue não seria de Isabella, numa prova pericial, muda significativamente o que tem sido anunciado", disse.





Linha de investigação

A primeira crítica dos advogados foi sobre o fato de o casal ter passado da condição de averiguado a de suspeito durante as investigações, pois a polícia teria ignorado, na visão da defesa, a possibilidade de que uma terceira pessoa pudesse ter cometido o crime.



Para comprovar a possibilidade de um terceiro suspeito, Levorin citou diversas falhas na segurança do Edifício London, de onde Isabella foi jogada de uma janela do 6° andar. "De fato, o condomínio era vulnerável", disse Levorin.




Reconstituição

Para Levorin, a ausência do casal na reprodução simulada do crime foi justificada com base na linha de investigação da Polícia Civil. "No entendimento da defesa, as investigações foram para comprovar a linha de investigação da polícia, não se ampliou. Nós não concordamos e por isso eles não participaram da reprodução."



http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL449778-5605,00-CASAL

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