Efeitos da crise econômica internacional começaram a refletir no país no final de 2008
A indústria brasileira demitiu em 2009 o maior número de trabalhadores desde 2002, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou a série histórica da Pesquisa de Emprego na Indústria. De acordo com dados divulgados nesta terça, dia 9, o nível de emprego no setor recuou 5,3% no ano passado, com os efeitos da crise econômica internacional, que começaram a refletir no país no final de 2008.
Dos 18 setores da indústria pesquisados, apenas um, o de papel e gráfica, teve um ganho no contingente de trabalhadores (7,2%). As demissões ocorreram, principalmente, nas indústrias de meios de transportes (-9,8%), máquinas e equipamentos (-8,6%), vestuário (-7,9%), produtos de metal (-9,1%) e madeira (-16,8%). Em nível regional, os Estados mais atingidos foram São Paulo (-4,0%) e Minas Gerais (-8,5%).
A coordenadora da pesquisa do IBGE, Isabela Nunes, explicou que a dispensa de empregados foi maior nas indústrias que fizeram ajustes em suas produções no ano passado em função da crise econômica de 2008.
– Essas indústrias estão mais concentradas em São Paulo, Minas Gerais, no Espírito Santo, Rio Grande do Sul e norte do Centro-Oeste, como automóveis, extração mineral e máquinas e eletrônicos, respectivamente.
Isabela lembrou, no entanto, que a partir do segundo semestre de 2009 a indústria começou a dar sinais de recuperação e que o emprego no setor acompanhou esse crescimento.
– Foram cinco meses de taxas positivas e apenas em dezembro registramos um recuo de 0,6% na comparação com novembro, o que não alterou o quadro positivo – destacou.
A folha de pagamento do trabalhador da indústria também encolheu no ano passado. A queda foi de 2,8% em relação a 2008. Em dezembro de 2009 o recuo foi de 3,7% em relação a novembro do mesmo ano.
AGÊNCIA BRASIL
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