sábado, 30 de janeiro de 2010

China suspende visita militares com os Estados Unidos


PEQUIM - A China suspendeu as visitas militares entre americanos e chineses neste sábado em protesto contra a negociação dos Estados Unidos com Taiwan, que pretende comprar US$ 6 bilhões em armamento do país americano. Pequim também alertou Washington que a venda terá "repercussões que nenhum dos dois países quer ver acontecerem", disse o ministro da Defesa chinês, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.
Taiwan tem um governo próprio e se separou de Pequim em 1949, mas a China continua considerando a ilha como uma província separatista. O governo da China tem centenas de mísseis apontados para Taiwan e já ameaçou usar a força para retomar o controle do território.
A China também ameaçou impor sanções a empresas americanas que vendem armas a Taiwan, e o governo do país aumentou a polêmica sobre uma crise que pode abrir mais rachaduras na já estremecida relação entre os dois países.
O Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Defesa e o Gabinete Chinês para Assuntos de Taiwan se juntaram em suas ameaças, incluindo a de que as vendas de armas afetariam a cooperação entre China e EUA para importantes assuntos internacionais e regionais.
- Os Estados Unidos devem ser responsabilizados por sérias repercussões se não reverterem imediatamente a decisão errônea de vender armas a Taiwan - disse o vice-ministro das Relações Exteriores da China, He Yafei, ao embaixador dos EUA no país, Jon Huntsman.
Ele afirmou que Taiwan é o "mais importante e delicado assunto nas relações sino-americanas", em comentários publicados no website da chancelaria.
Em 2008, a China tomou a mesma medida depois que o governo do ex-presidente americano George W. Bush anunciou uma venda bilionária de armas para Taiwan - a questão mais sensível nas relações entre EUA e China. O mais recente negócio poderia complicar a cooperação que os EUA procura em questões que variam desde o programa nuclear iraniano à censura da internet.
A venda das armas foi postada no site do Pentágono na sexta-feira e inclui 60 helicópteros Black Hawk, 14 mísseis Patriot e equipamentos de controle e comunicação para a frota taiwanesa de aeronaves F-16. A notificação da intenção de venda ao Congresso é exigida por lei, mas não significa que o acordo tenha sido fechado. Os congressistas têm agora 30 dias para analisar e comentar a proposta. Caso não haja objeções, a negociação pode ser concluída.
As próximas visitas de alto escalão serão provavelmente afetadas pela suspensão de trocas militares. O general Chen Bingde, chefe das forças chinesas, tinha viagem prevista para os Estados Unidos, enquanto o secretário de Defesa Robert Gates e o almirante Michael Mullen planejavam visitar a China.
Susan Stevenson, porta-voz da Embaixada Americana, disse que a representação diplomática não iria comentar a suspensão de visitas militares.
As duas potências estão cada vez mais ligadas em questões econômicas e de segurança e Washington pediu visitas militares frequentes entre China e EUA. Mas os planos de Barack Obama se encontrar com o Dalai Lama prejudicam cada vez mais as relações entre os dois países desde o ano passado.



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