Deposto exige retorno à Presidência via Congresso.
Restituição 'emperra' as conversas, mas diálogo prossegue.
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, concedeu um novo prazo, até a próxima segunda-feira (19), para que o governo interino de Roberto Micheletti aceite a proposta feita para o retorno do líder eleito ao poder.
Entenda a crise política em Honduras
Zelaya foi derrubado por um golpe militar em 28 de junho, que gerou uma crise política agravada por sua volta inesperada ao país em 21 de setembro.
O impasse atual diz respeito ao retorno de Zelaya à Presidência. O presidente deposto quer que sua volta siga o Acordo de San José, proposto pelo presidente da Costa Rica, Oscar Árias, e que prevê a restituição ao cargo via Congresso.
Já o governo interino de Roberto Micheletti quer que a Suprema Corte avalize o retorno de Zelaya.
Segundo o porta-voz de Zelaya, Victor Meza, depois de mais um dia de negociações, o acordo proposto pelos representantes do governo interino é "absolutamente absurdo" e "inaceitável", informa o enviado da Globo News a Honduras, Rafael Coimbra.
Declarações conflitantes
A chanceler do governo deposto, Patricia Rodas, disse em Cochabamba, na Bolívia, onde participa da cúpula da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) que o processo de negociação foi "definitivamente rompido" por conta da "intransigência da ditadura".
O ministro da Presidência do governo interino, Rafael Ponde, declarou, por sua vez, que o diálogo continua. "Seguimos no diálogo todo o tempo que for necessário. O governo oferece todas as disposições e garantias para que a mesa de diálogo se prolongue", disse.
Faixa celebra a classificação de Honduras para a Copa do Mundo e pede a volta de Manuel Zelaya ao poder durante protesto nesta sexta-feira (16) em Tegucigalpa. (Foto: AFP)
Alba sanciona
Os países reunidos na 7ª reunião de cúpula da Alba decidiram nesta sexta em Cochabamba (Bolívia) aplicar "sanções econômicas e comerciais" contra o regime de Micheletti, por resistir em devolver o poder a Zelaya. A resolução foi aprovada por unanimidade.
A resolução estabelece também que a Alba não reconhecerá nenhum processo eleitoral realizado sob o governo golpista, assim como seus resultados.
Além disso, o bloco bolivariano pedirá às Nações Unidas o estabelecimento de uma "Comissão Especial de Chanceleres" que exija do governo de fato hondurenho "respeito à inviolabilidade da missão diplomática" do Brasil em Tegucigalpa, onde Zelaya está refugiado desde 21 de setembro.
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* Com informações da AP e Efe
http://g1.globo.com
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