Manifestantes planejavam grande ato neste sábado, desafiando alerta de 'banho de sangue' feito por aiatolá
AP e agências internacionais
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Segundo testemunhas, pelo menos 3 mil pessoas tentaram chegar à Praça Enqelab, em Teerã, mas foram impedidas pela polícia com canhões de água e bombas de gás lacrimogêneo. Manifestantes reagiram queimando motocicletas. Dezenas de opositores foram golpeados por policiais ou milícias pró-governo e ao menos um civil foi ferido a bala.
Desde o início da manhã, helicópteros sobrevoaram Teerã e forças de segurança tomaram posição em locais estratégicos, numa tentativa de evitar protestos. Conforme os choques se multiplicaram, uma fumaça preta cobriu algumas regiões da capital, onde eram ouvidas sirenes de ambulância. A Universidade de Teerã foi cercada e esvaziada pela polícia enquanto estudantes gritavam "Morte à Ditadura".
Paralelamente, a explosão de uma bomba próxima ao santuário do líder da Revolução Islâmica de 1979, aiatolá Ruhollah Khomeini, matou pelo menos duas pessoas e deixou outros oito feridos, informou a agência semioficial iraniana Fars.
A oposição iraniana está protestando há uma semana para denunciar fraude nas eleições do dia 12 e exigir a recontagem de votos. O líder opositor Mir Hossein Mousavi obteve 34% dos votos nas eleições, contra 63% do atual presidente Ahmadinejad. O Conselho de Guardiães só aceitou reabrir 10% das urnas, conforme anunciou hoje seu porta-voz, Abas Ali Kadkhodaei. "Mesmo que não estejamos obrigados legalmente, estamos dispostos a recontar 10% das urnas na presença de representantes dos três candidatos derrotados", disse Kadkhodaei.
Mortes
Oficialmente, oito pessoas morreram no que se tornou a onda de manifestações mais intensa desde a Revolução Islâmica de 1979. Já a rede de televisão CNN, que citou fontes dos hospitais, pelo menos 19 pessoas teriam morrido nos protestos que ocorreram neste sábado em Teerã, contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Dados não confirmados colocam o número de mortos em até 150 em uma semana de conflitos após as eleições; fontes do governo afirmam que 400 policiais ficaram feridos nesse período.
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