Oriente Médio
ONU interrompeu trabalhos por falta de segurança na quinta; 257 crianças estão entre os mortos no conflito
Agências internacionais
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Um comboio da ONU foi atacado na quinta-feira, matando pelo menos um funcionário das Nações Unidas, que suspendeu suas atividades humanitárias "até que as autoridades israelenses possam dar garantias de segurança". Segundo a agência AFP, a porta-voz da Cruz Vermelha em Jerusalém, Anne-Sophie Bonefeld, afirmou que um comboio um 13 ambulâncias que levavam ajuda médica no sul da Faixa de Gaza foi alvejado. "Temos motivos para acreditar que os disparos provém do Exército israelense", afirmou Anne-Sophie, assinalando que uma pessoa foi gravemente ferida no incidente. Segundo ela, o CICV diminuiu provisoriamente suas atividades na espera de reavaliar suas posições de segurança para permitir os trabalhos na zona de combate.
Na quinta, o Comitê acusou o Exército israelense de impedir a prestação de auxilio aos feridos palestinos em Gaza, incluindo crianças, e exigiu "acesso imediato e seguro" para buscar os feridos. Israel afirmou que trabalha próximo das organizações internacionais durante os combates para que os civis possam receber ajuda.
As crianças, que são mais da metade dos cerca de 1,5 milhão de habitantes na Faixa de Gaza, são as vítimas mais indefesas da guerra travada entre Israel e o Hamas. O governo israelense afirma que faz o possível para evitar mortes de civis. Porém, organizações humanitárias internacionais relataram que a população não consegue escapar das áreas bombardeadas em Gaza.
Investigação do conflito
A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, pediu investigações "críveis e independentes" sobre eventuais violações do direito humanitário internacional e sobre possíveis crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza e em Israel. Ela defendeu também o envio de monitores de direitos humanos da ONU para Israel, Gaza e a Cisjordânia, a fim de documentar violações e apontar autores.
Navi afirmou que os ferimentos causados pelos foguetes do Hamas em civis são inaceitáveis, mas que deve obedecer a lei humanitária internacional em relação às ações do Hamas. Ela apontou que os dois lados devem cuidar dos feridos e evitar atingir trabalhadores humanitários, hospitais e ambulâncias. Segundo ela, as violações da lei humanitária internacional podem se traduzir em crimes de guerras que serão imputados a indivíduos. A funcionário falou na sexta-feira, no início de um encontro emergencial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, sediado em Genebra, para discutir a situação em Gaza.
Há crescente condenação internacional a Israel pela morte de civis em Gaza, inclusive de muitas crianças. A população israelense, porém, apoia solidamente a ação militar, que pode gerar dividendos para o partido governista Kadima nas eleições de fevereiro. A ONU disse na sexta-feira que 30 palestinos foram mortos nesta semana no bairro de Zeitoun, no centro de Gaza, por causa de um bombardeio contra uma casa para onde pouco antes o Exército havia enviado 110 civis.
Pillay disse que tanto Israel quanto o Hamas, grupo islâmico que governa a Faixa de Gaza, precisam respeitar três princípios que norteiam o direito humanitário internacional, formalizado em 1949 por meio das Convenções de Genebra. Esses princípios são: proporcionalidade entre agressão e reação; distinção entre combatentes e civis, e entre alvos militares e infraestrutura civil; e precauções plausíveis para evitar ou minimizar as mortes de civis.
Diplomatas dizem que a reunião da ONU em Genebra, que deve continuar na segunda-feira, pode adotar uma resolução contra Israel. A sessão de emergência foi convocada por iniciativa de governos islâmicos e países em desenvolvimento, com apoio de Rússia, China e Cuba. O bloco tem maioria entre os 47 integrantes do Conselho de Direitos Humanos, no qual os EUA praticamente pararam de participar.
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