sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Bovespa caiu 20% na semana, maior perda desde 1997





Por Paula Laier

Agência Estado

A menos de uma hora do final do pregão na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a recuperação do índice Dow Jones da Bolsa de Nova York (chegou a subir mais de 3%) gerou esperança de que a Bolsa brasileira poderia fechar a sessão em território positivo hoje. Ilusão. O Dow Jones não conseguiu sustentar os ganhos e voltou a operar no vermelho, fazendo com o que o índice Bovespa, após reduzir a queda para menos de 1,60%, voltasse a ampliar a baixa, até encerrar a sexta-feira em queda de 3,97%, aos 35.609,54 pontos. É o menor nível em pontos da Bovespa desde 25 de setembro de 2006 (34.972,74 pontos). O volume financeiro totalizou R$ 5,42 bilhões (preliminar).

Nesta semana, o Ibovespa acumulou uma perda de 20%, a maior desde a crise da Ásia, na semana que se encerrou em 31 de outubro de 1997. No mês de outubro de 2008, a baixa do Ibovespa chega a 28,12%. A perda acumulada em 2008 chega atinge 44,26%.

Ao se olhar o início do dia na Bovespa, contudo, o final do pregão de hoje não foi tão ruim assim. Na mínima, pela manhã, o Ibovespa chegou a cair 10,36%, aos 33.238 pontos, a níveis de 2005. Tal queda, inclusive, levou a Bolsa novamente a acionar o circuit breaker - como já havia ocorrido na segunda-feira passada por duas vezes (quando atingiu 10% e depois 15% de queda). Hoje, porém, não foi preciso acionar o mecanismo duas vezes.

Em Nova York, operadores atribuíram a breve recuperação do mercado na última hora de pregão a expectativas de que o encontro do G-7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo), que acontece hoje em Washington, vá resultar em medidas que reduzam as taxas de juros.

As quedas de hoje em Wall Street (o índice Dow Jones fechou em baixa de 1,49%) e na Bovespa estiveram alinhadas ao expressivo declínio dos índices acionários ao redor do mundo. A Bolsa de Tóquio registrou uma nova queda histórica do Nikkei, de 9,62%, o que assustou os investidores do mundo todo. Na Europa, a Bolsa de Londres (índice FTSE 100) terminou em baixa de 8,48%. O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, declinou 7,73%. Em Frankfurt, o índice DAX perdeu 7,01%.

"Não tem lógica nenhuma. Não tem o que comentar. É preciso esperar o mercado se acomodar. Por ora, as operações estão à mercê do emocional e há uma crise de confiança", afirmou o superintendente da área de renda variável de um banco estrangeiro no Brasil. "A Bovespa tem listadas ações de empresas com fundamentos maravilhosos. Mas nada disso está sendo ponderado neste momento. Os investidores estão com medo e fugindo de renda variável", afirmou. "Também não é mais possível dizer que determinado papel está barato porque amanhã ou depois ele pode estar ainda mais barato", disse.

Entre as ações negociadas no Ibovespa, as quedas foram lideradas por: JBS ON (-14,71%), Gafisa ON (-14,29%) e Embraer ON (-10,23%). No outro extremo: Rossi Residencial ON subiu 9,32%, Usiminas ON avançou 3,71% e Brasil Telecom PN ganhou 3,67%.

Entre as blue chips, Petrobras PN recuou 7,26% e Petrobras ON cedeu 3,03%, enquanto Vale PNA caiu 1,02% e Vale ON valorizou-se 1,29%.

No setor bancário, entre as ações incluídas no Ibovespa, Bradesco PN depreciou-se 5,92%, Itaú PN -3,62%, Banco do Brasil -4,44% e Unibanco units -5,42%.





http://portalexame.abril.com.br/ae/financas/m0168979.html

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