As discussões sobre a partilha do poder entre Robert Mugabe, o líder do MDC Morgan Tsvangirai e Arthur Mutambara poderão prosseguir num Hotel de Harare, com a mediação do presidente sul-africano.
Da Redação com agências
Harare - As negociações entre o governo e a oposição zimbabweanas são retomadas nesta segunda-feira (11), após o discurso do chefe do Estado, Robert Mugabe, à nação em homenagem aos heróis da libertação do país.
As discussões sem interrupção visam remover os pontos em litígio entre as duas partes.
"As negociações vão ser retomadas hoje após a cerimónia de homenagem aos heróis da independência nacional", disse à imprensa Edwin Mushoriwa, porta-voz da facção dissidente do Movimento para Mudança Democrática (MDC, oposição).
O chefe Arthur Mutambara, que assiste a cerimónia de homenagem aos heróis da independência, pela primeira vez, sublinhou que o presidente Mugabe vai dirigir-se, como faz todos os anos, à nação, durante a cerimónia em honra aos zimbabweanos tombados pela independência da antiga colónia britânica da Rodésia do Sul.
As discussões sobre a partilha do poder entre Robert Mugabe, o líder do MDC Morgan Tsvangirai e Arthur Mutambara poderão prosseguir num Hotel de Harare, com a mediação do presidente sul-africano, Thabo Mbeki.
As negociações foram interrompidas na noite de domingo para segunda-feira, após longas horas de discussões.
"Catorze horas de discussões mostraram que há uma série de desacordos. Se houvesse acordo as negociações se fariam em duas horas", disse à imprensa Edwin Mushoriwa, porta-voz da facção dissidente do MDC.
O diário estatal "The Herald" indicou que o acordo poderá ser alcançado para breve, porque o presidente Mugabe, de 84 anos, 28 dos quais no poder, disse estar "confiante" que os obstáculos serão removidoss. As negociações foram iniciadas há três semanas, na África do Sul.
A 21 de Julho, os chefes da oposição e o governo iniciaram negociações para a partilha do poder a fim de desbloquear a crise no país, paralisado desde a reeleição de Mugabe, contestada pela oposição, devido a violência contra os seus membros.
Segundo informações não confirmadas da imprensa sul-africana, as negociações registaram um avanço decisivo que inclui a aprovação de uma amnistia para os responsáveis dos massacres cometidos no início de 1980 contra a minoria Ndebele, no sul do país.
Vão ainda beneficiar da amnistia, os autores da violência recente contra os membros da oposição.
Um acordo será igualmente concluído sobre a questão da terra, cuja redistribuição à maioria negra catalisa as tensões e provocou a queda brusca da produção agrícola no Zimbabwe, antigo celeiro de trigo na África Austral, cuja economia está mergulhada em profunda crise.
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