quarta-feira, 23 de julho de 2008

Brasil e Índia defendem postura protecionista de seus mercados industriais











Mercedes Salas


Genebra, 23 jul (EFE).- O ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, e o ministro do Comércio indiano, Kamal Nath, defenderam hoje uma posição protecionista do mercado industrial de seus países, o que aumentou a tensão nas negociações da Rodada de Doha.


As nações emergentes relutam em oferecer novas concessões para abertura do setor e reafirmaram que os países ricos devem ceder na área da agricultura.


"Lembremos que buscamos e queremos uma rodada do desenvolvimento", acrescentou Amorim.


Os países da Organização Mundial do Comércio (OMC), reunidos pelo terceiro dia em Genebra, constataram hoje que os avanços são muito lentos enquanto as ofertas seriam pequenas. Além disso, lembraram que é preciso "intensificar" o trabalho caso queiram que a negociação termine com um acordo que desbloqueie a Rodada de Doha sobre a liberalização do comércio mundial.


No entanto, estas nações rejeitaram a criação de novas cartas e não apresentaram outras propostas para a abertura dos mercados industriais, como desejam União Européia (UE) e Estados Unidos.


Mas Celso Amorim deixou claro que os avanços conseguidos até agora se devem à unidade dos emergentes.


"Todos os senhores que acompanharam a rodada todos estes anos sabem que nunca estivemos onde estamos hoje, e isso é graças ao G20 (grupo de países em desenvolvimento) e a nossa unidade", disse.


Nas últimas horas, poucas novidades apareceram desde oferta de ontem dos EUA para reduzir para US$ 15 bilhões os subsídios a seus agricultores, uma proposta mal recebida por Índia, Brasil e outros países latino-americanos como Argentina e México.


O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, resumiu a necessidade de mudar a técnica de trabalho e abordar em grupos reduzidos as questões mais importantes e que dificultam um pacto sobre Doha.


Lamy pediu membros que tenham um maior "sentido de urgência" e se comprometam mais devido à lentidão dos progressos percebidos até agora. Há indícios de que as negociações se prolonguem até meados da próxima semana.


A UE também manteve sua postura e disse que não vai aumentar suas concessões agrícolas, consideradas já muito generosas, segundo a secretária de Estado de Comércio Exterior francesa, Anne-Marie Idrac.


A oferta européia inclui, entre outras propostas, um corte médio de 54% ou 60% nas tarifas de entrada de produtos agrícolas.


Idrac, que preside o Conselho de ministros de Comércio da UE, reafirmou que a Europa considera necessária a "reciprocidade" de outros membros, especialmente na abertura às exportações de produtos industriais e em relação às Denominações de Origem. EFE



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