Sabemos
que a comunicação é vital para qualquer relacionamento, quer seja entre
pais e filhos, marido e mulher, treinador e atleta, empregador e
empregado etc. E, precisamos reconhecer, mais importante do que tudo –
entre Deus e Seus filhos amados. Durante toda a Sua vida aqui, Jesus
deixou claro, pelo Seu exemplo, a importância dessa comunicação, sendo
registrado nos evangelhos cerca de vinte ocasiões em que ele orou ao Pai
celeste.
Jesus
orou em diferentes circunstâncias: após ser batizado no rio Jordão (Lc
3.21); durante pequenas pausas em Seu ministério (Lc 6.12); antes de
ressuscitar Lázaro, já sepultado há quatro dias (Jo 11.41). Além disso,
Ele também orou por diversas razões: buscando direção para os próximos
passos (Lc 6.12,13); expressando o Seu desejo de fazer a vontade do Pai
(Mt 26.39); e para agradecer pela comida (Jo 6.11), entre outras.
Em
sabendo disso, uma lição ressalta-se diante de nós: se Jesus precisava
comunicar-se com Deus para cumprir a Sua missão, quanto mais nós
precisamos orar!
Mesmo
Jesus sendo um homem de oração, não consta em nenhum lugar nos
evangelhos que Ele ficasse insistindo para que os discípulos orassem.
Ele simplesmente orava, fazia a Sua parte. Até que, um belo dia, depois
que Seus discípulos o observaram em intensa oração, então lhe pediram:
“Senhor, ensina-nos a orar”.
Foi
então que Jesus lhes ensinou o “Pai Nosso”, a oração mais conhecida,
apreciada e utilizada em toda a civilização cristã. Ela é dita por
santos e pecadores, nas horas de aflição ou de alegria, lamentando ou
festejando, em um jogo de futebol ou celebrando um aniversário, ou
simplesmente como uma espécie de amuleto protetor.
Embora
todos conheçam o “Pai Nosso”, devemos reconhecer que não poucas vezes
somos tentados a deixar de ver as suas implicações subjacentes. Ou
ainda, podemos estar com os olhos espirituais de tal modo embotados, que
não enxergamos o óbvio da coerência de vida requerida da pessoa que se
aproxima de Deus com tal modelo de oração.
Gostaria
de tecer algumas considerações sobre as cobranças implícitas de cada
sentença dessa oração, identificando a coerência de vida fundamental
requerida para dar sentido e pertinência ao que oramos. Portanto...
Quando eu digo: “Pai” — Isso significa que devo demonstrar diariamente minha relação de filho de Deus.
Quando eu digo: “nosso” —
Significa que não posso viver num compartimento espiritual como se no
céu estivesse reservado um lugar especial só para a minha igrejinha.
Quando eu digo: “que estás no céu” — Significa que não devo me ocupar apenas em ajuntar tesouros na terra, descuidando-me do que tem valor eterno.
Quando eu digo: “santificado seja o teu nome” — Significa que devo procurar santificar-me, pois sou chamado pelo Seu santo nome.
Quando eu digo: “seja feita a tua vontade” — Significa que não posso ficar ressentido e desobediente em relação à vontade de Deus para comigo.
Quando eu digo: “na terra como no céu” — Significa que devo me preparar para dedicar a vida ao Seu serviço.
Quando eu digo: “dá-nos hoje o pão nosso de cada dia” — Significa que não posso viver como se não fizesse questão de obter aqui e agora o que necessito.
Quando eu digo: “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores” — Significa que não devo guardar rancor contra nenhuma pessoa.
Quando eu digo: “não nos deixes cair em tentação” — Significa que não devo ficar deliberadamente me expondo à tentação ou colocando-me onde provavelmente poderei ser tentado.
Quando eu digo: “livra-nos do mal” — Significa que devo me preparar para lutar no reino espiritual com as armas da Palavra de Deus e da oração.
Quando eu digo: “teu é o reino” — Significa que devo conceder ao Rei a obediência disciplinada de um súdito fiel.
Quando eu digo: “teu é o poder” — Significa que não devo temer o que os homens me possam fazer, ou o que as pessoas possam pensar de mim.
Quando eu digo: “tua é a glória” — Significa que não posso ficar buscando, como os fariseus, ser glorificado pelos homens.
Quando eu digo: “para sempre” — Significa que não posso limitar o meu horizonte pelas coisas do tempo, mas focar-me na eternidade.
Quando eu estou disposto a encerrar a oração dizendo “amém” — Significa que preciso acrescentar também “custe o que custar”, porque Jesus ensinou que esta oração equivale honestamente a consagrar tudo a Deus.
Jesus,
o Filho de Deus, precisava orar. Nós também! Oremos sempre, na certeza
de que, como dizia John Wesley, um cristão de joelhos vê mais longe do
que um filósofo na ponta dos pés.
Pense
no que terá de enfrentar hoje. Se, de algum modo, você quiser
perguntar: “O que faria Jesus?” – baseado em Seu exemplo, você pode ter
certeza de que Ele oraria primeiro. E, se você desejar imitá-lo nisso,
bem o fará.
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
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