terça-feira, 21 de julho de 2009

Polêmica à vista, ele vem aí







Embaixador do Irã em Brasília afirmou que a viagem já está definida, faltando apenas estabelecer a data da controversa visita



Um dos governantes mais execrados pelo Ocidente, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, virá enfim ao Brasil, depois de suspender a visita prevista para maio. Será sua primeira viagem internacional após a eleição de 12 de junho, marcada por denúncias de fraude. O anúncio da visita foi feito ontem pelo embaixador do Irã em Brasília, Mohsen Shaterzadeh.


Em entrevista à imprensa convocada para a véspera da chegada ao Brasil do chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, Shaterzadeh elogiou a “coragem” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter considerado legítima a reeleição de Ahmadinejah, enquanto a comunidade internacional questionava o resultado.


– A posição do presidente Lula é corajosa, independente e soberana – declarou o embaixador iraniano, referindo-se aos comentários do presidente brasileiro de que os protestos populares contra a reeleição de Ahmadinejah eram “demonstrações de quem perdeu” e de que “ninguém” havia discordado desse resultado eleitoral. A polêmica da visita e a condenação internacional a Ahmadinejad se devem especialmente a suas declarações contra judeus e homossexuais e à defesa de que Israel seja “riscado do mapa”.


Israel alertará Itamaraty sobre terrorrismo

A data da viagem ao Brasil não foi marcada. De acordo com o embaixador iraniano, se dará “antes do que o imaginado”. Originalmente, a visita havia sido agendada para o início de maio, poucos dias antes da eleição presidencial no Irã. Acabou, porém, suspensa na última hora, por conta, segundo o governo iraniano, da preocupação com a campanha. O adiamento chegou a gerar alívio no Itamaraty, que passara por constrangimentos para justificar a visita – e, dias depois, para corroborar as declarações de Lula em favor da reeleição de Ahmadinejad.


O Irã, entretanto, estará na pauta da conversa de amanhã entre o chanceler israelense, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e Lula em Brasília. Em especial, Lieberman deverá advertir o governo brasileiro sobre o suposto envio, por Teerã, de terroristas para a América Latina e sobre o suposto envolvimento do Irã no atentado que destruiu a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em Buenos Aires, em 1994. Lieberman chega hoje a São Paulo.


Brasília




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