quinta-feira, 5 de março de 2009

Militares pedem respeito à democracia na Guiné-Bissau







 Cidade da Praia, 5 mar (Lusa) - O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Cabo Verde, Antero Matos, pediu aos militares da Guiné-Bissau para que respeitem o Estado de Direito democrático, em relação às consequências futuras dos atentados ocorridos no país.







No final do 14ª Reunião do Comitê dos Chefes do Estado-Maior das Forças Armadas da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), na Cidade da Praia, Antero Matos ressaltou a necessidade de uma reforma "profunda" no setor guineense da Defesa e Segurança.







"Discutiu-se bastante essa matéria [a situação de crise guineense], e chegou-se à conclusão que, para que cumpram a sua missão, é necessário que, na Guiné-Bissau, as Forças Armadas respeitem o Estado de Direito democrático", disse.







"Por outro lado, a Cedeao vai colocar em Bissau uma equipe multidisciplinar de peritos para apoiar as Forças Armadas no processo de reestruturação e modernização", acrescentou.








Sobre a questão do narcotráfico na África Ocidental, Antero Matos disse que se trata de um assunto que ficou à margem do encontro, uma vez que a Cedeao vai criar, "muito brevemente", um Comitê de Chefes de Polícia e da Polícia Judiciária.







As conclusões do encontro da Cidade da Praia não foram divulgadas, uma vez que o relatório terá de ser analisado pela Comissão da Cedeao e só depois será divulgado.







Apesar disso, os participantes do encontro abordaram também o processo de paz na Costa do Marfim e decidiram a realização de exercícios militares conjuntos, que decorrerão no Burkina Faso em julho, na presença de contingentes dos 15 Estados membros, entre eles Cabo Verde e Guiné-Bissau.







Atuação

Os exercícios, disse à Agência Lusa uma fonte militar nigeriana, servirão para testar a capacidade da força de alerta criada na África Ocidental, integrada nas políticas de defesa e segurança da União Africana.







Outras recomendações a serem enviadas para a sede da Cedeao incluem a continuação do processo de modernização do exército liberiano, assim como o pedido às autoridades regionais da organização para que apoiem o governo de transição na Guiné-Conacri.







Além de Cabo Verde e Guiné-Bissau, que não enviou representação ao encontro, a Cedeao congrega outros 13 países: Benin, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.





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