quarta-feira, 25 de março de 2009

Conferência da paz na África do Sul é adiada após proibir dalai lama







Da EFE



Johanesburgo, 24 mar (EFE).- A conferência sobre paz e esporte prevista para a próxima sexta-feira, em Johanesburgo, foi adiada indefinidamente pelos organizadores, após o Governo da África do Sul se negar a oferecer o visto ao dalai lama para assistir ao encontro, relacionado à Copa do Mundo de 2010.


"Os organizadores decidiram, em um espírito de paz, adiar a conferência de paz da África do Sul para garantir a realização em condições adequadas", afirma o comitê organizador, em comunicado enviado hoje à Agência Efe.


Antes do adiamento, dois vencedores do Nobel da Paz sul-africanos, o ex-presidente Frederick de Klerk e o arcebispo protestante Desmond Tutu, tinham anunciado que não iriam ao encontro, assim como o Comitê Norueguês do Nobel (que oferece o prêmio da Paz), em protesto contra a postura do Governo sul-africano.


O também Prêmio Nobel e ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, que junto com De Klerk e Tutu assinou o convite ao dalai lama para a reunião, não tinha previsão de assistir à conferência e, até o momento, não se manifestou sobre o caso.


"Dado que o propósito da conferência é a paz, os organizadores não querem colocar o comitê do Prêmio Nobel em circunstâncias que podem gerar conflito com seus premiados", explica o comitê organizador da Copa do Mundo da África do Sul de 2010.


Lembra que o convite ao dalai lama era só para participar da conferência, na qual se pretendia discutir como o futebol pode ajudar na resolução de conflitos, e "não para nenhuma outra atividade pública".


"Agora sabemos pelo Governo que cada vez que se envia um convite a um visitante estrangeiro muito conhecido, em função do visto, o convidado se transforma em um visitante do Estado", acrescenta.


Tanto os porta-vozes da Presidência quanto do Ministério de Assuntos Exteriores da África do Sul defenderam a recusa em conceder o visto ao dalai lama, "pelo interesse superior do país" e levando em conta que o Governo não tinha convidado o líder tibetano.


As pressões da China foram reconhecidas pelo ministro conselheiro da Embaixada desse país em Pretória, Dai Bing, em declarações ao jornal local "Sunday Independent", ao qual disse que seu Governo pediu ao da África do Sul que não permitisse a entrada do dalai lama.


O porta-voz da Presidência sul-africana, Thabo Masebe, disse que o Governo não quer o dalai lama na África do Sul porque sua presença poderia "distrair" a atenção da Copa do Mundo de 2010, em cuja organização o país está empenhado.


O Governo de Pequim expressou hoje seu "agradecimento" ao de Pretória por negar o visto ao dalai lama, e disse que "todos os países devem respeitar a soberania e integridade territorial da China e se opor à independência do Tibete", mas não confirmou se a recusa foi devido a suas pressões. EFE






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