Após disputa política com Uribe, Cruz Vermelha e senadora opositora resgatam sequestrado nesta terça-feira
Agências internacionais
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A entrega de Alan Jara, programada para segunda-feira, e do ex-deputado Sigifredo Lópes, prevista para quarta - os dois últimos sequestrados políticos em poder do grupo -, esteve a ponto de fracassar. Por conta da polêmica envolvendo as denúncias de que durante a libertação dos quatro reféns no domingo ocorreram voos de aeronaves militares que quase abortaram a operação, Uribe chegou a declarar que apenas a Cruz Vermelha estava autorizada a fazer as operações de resgate. A declaração teve como objetivo deixar de fora Piedad e outros três representantes do movimento de ativistas Colombianos pela Paz, liderado pela senadora. Horas mais tarde, aparentemente atendendo a um pedido do CICV, Uribe voltou atrás e permitiu a participação de Piedad.
"O governo faz isso por solidariedade com as famílias e com os sequestrados." O governo, no entanto, não permitiu que jornalista Jorge Enrique Botero e o também jornalista Daniel Samper, que acompanharam o resgate no domingo, participem da missão desta terça. Foi Botero quem denunciou o sobrevoo das aeronaves e falou por celular com uma TV, afirmando que teria havido combates recentes com o Exército colombiano, que causaram a morte de um guerrilheiro durante as operações.
Uribe reconheceu que houve sobrevoos na região, mas disse que as aeronaves respeitaram a altitude mínima de 6 mil metros, acordada com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e a guerrilha, embora não tenha informado a que altura voavam os aviões. Irritado, o presidente acusou as Farc de usar a libertação para promover a guerrilha e o terrorismo.
A chegada de Jara é prevista para às 15 horas na cidade de Villavicencio, base da missão humanitária para o resgate. Alan Jara, de 51 anos, foi sequestrado em 15 de julho de 2001, quando se deslocava em um veículo da ONU, junto com funcionários da entidade internacional. Após o sequestro, uma nota das Farc acusou Jara de ter ligações com paramilitares. O engenheiro civil foi governador em suas vezes e, durante seu trabalho como dirigente, dialogou em várias ocasiões com a guerrilha e grupos militares que atuavam na região.
A senadora evitou comentar o episódio e se limitou a declarar que decola nesta terça, às 8 horas (horário local), com os helicópteros brasileiros que dão apoio logístico ao resgate, para buscar o ex-governador do Departamento (Estado) de Meta Alan Jara. Segundo a Cruz Vermelha, a libertação do ex-deputado Sigifredo López, marcada para quarta, foi adiada para quinta-feira. Para a operação desta terça, Uribe afirmou que suspendeu todos os voos da Força Aérea, até mesmo os realizados acima de 6 mil metros. O governo colombiano diz não saber quantos reféns ainda estão sequestrados, mas se estima que ainda existam 22 soldados e policiais em poder da guerrilha.
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