Brasília, 12 fev (EFE).- O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, informou hoje que autoridades de sua pasta comunicaram ao pessoal diplomático suíço no país sua "profunda preocupação" com o ataque supostamente racista sofrido pela engenheira brasileira Paula Oliveira em Zurique.
Amorim se referiu ao incidente em que a engenheira sofreu mais de 100 pequenos ferimentos cortantes, feitos nos arredores de uma estação de trem de Zurique por três neonazistas com cabeças raspadas e suásticas tatuadas nos braços, segundo denunciou a própria jovem agredida.
O chanceler tinha convocado o embaixador da Suíça no país, Wilhelm Meier, mas como o diplomata não está no Brasil o pessoal do Ministério das Relações Exteriores recebeu outros representantes da delegação suíça.
"Expressamos nossa profunda preocupação com um caso que tem conotações xenófobas muito fortes", declarou Amorim em entrevista coletiva, embora tenha esclarecido que o Governo brasileiro aguarda mais informações das autoridades suíças.
Segundo fotos publicadas na imprensa local, os agressores da jovem de 26 anos gravaram por todo seu corpo com estiletes as iniciais SVP, que de acordo com a imprensa local correspondem ao Partido Popular Suíço, um dos integrantes da atual coalizão de Governo suíça.
Paula estava grávida e esperava gêmeos, mas a agressão sofrida, que incluiu pancadas em todo o corpo, fez com que ela sofresse um aborto, segundo informaram seus familiares no Brasil.
Tanto a advogada como sua família estão convencidos de que o ataque teve conotações racistas, especialmente porque ocorreu no momento em que ela conversas em português com sua mãe pelo celular.
Amorim disse que se trata de um incidente chocante e muito grave, e afirmou que o Brasil acredita que as autoridades suíças vão averiguá-lo "com todo o rigor" que o caso requer. EFE
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